Os áudios do prefeito que foram vazados integram a investigação em curso pelo Ministério Público - (foto: Divulgação/Prefeitura de Divinópolis)
Áudios vazados na internet mostram suposto envolvimento do prefeito de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, Gleidson Azevedo (Novo), em negociata com empresário do ramo da construção civil. Nas gravações que circularam em grupos de WhatsApp, neste sábado (23/9), o irmão do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos), se dirige a um dos empresários investigados por pagamento de propina para alteração de zoneamentos.
A operação Gola Alva foi desencadeada em maio deste ano pelo Ministério Público e levou ao afastamento do vereador Rodrigo Kaboja (PSD) do cargo e de Eduardo Print Jr. (PSDB) da presidência da Câmara. Ela é resultado de denúncia de susposto esquema de corrupação feita pelo próprio prefeito a partir de gravações de conversas feitas por ele com Kaboja e empresários da construção civil. O vereador e o construtor não sabiam que estavam sendo gravados.
Os áudios vazados neste sábado (23/9) integram as investigações que tramitam em sigilo. Eles teriam sido enviados via whatsapp e resgatados na nuvem e nos aparelhos celulares dos investigados. Neles, o prefeito, supostamente, direciona a fala a Nicácio Diegues Júnior.
Já em outro áudio, Gleidson, então, pergunta: “Oi, você já protocolou o negócio lá, hoje lá, pra gente começar esse negócio lá amanhã?".
Dinheiro a empresários
A existência dessas gravações começou a ser ventilada em julho deste ano, quando o prefeito se antecipou e gravou um vídeo – ao lado do chefe de gabinete Talles Duque - admitindo “pedir dinheiro para empresários”, porém, para a manutenção do aparelho público.
“Sempre pedi aos empresários mesmo, gente. E vou continuar pedindo. Sempre pedi para poder adotar, poder reformar, para poder pagar um calçamento, poder pagar a mão de obra”, disse, à época, no vídeo que compartilhou nas redes sociais dele.
“Investigação sigilosa”
Assessor de governo, Fernando Henrique Oliveira manteve a mesma linha de justificativa para os áudios atuais. “Quem pode escutar os áudios até o final, vê que o prefeito pede ajuda, colaboração para fazer coisas para a cidade, não para propina, como algumas pessoas estão sendo investigadas. Eles falam em corrupção quando o prefeito pede calçamento para a cidade, enquanto as pessoas estão sendo investigadas por pedir propina para o bolso, para aprovar projetos para se beneficiarem”, argumenta.
Além de Nicácio, outros dois empresários, Hamilton Antônio de Oliveira e Eduardo Costa Amaral, foram alvos de mandados de busca e apreensão durante a operação Gola Alva.
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