Montagem com fotos de Waldemir Barreto/Agência Senado e de Instituto Villas Bôas/Divulgação
A transcrição dos depoimentos de envolvidos na trama do golpe mostra que a Polícia Federal (PF) tenta entender qual foi o grau de envolvimento do senador Luiz Carlos Heinze, do PP do Rio Grande do Sul, e da mulher do general Eduardo Villas Bôas no plano criminoso.
A coluna havia noticiado, em fevereiro, que a PF investigava uma reunião preparatória do golpe que contou com a presença de Heinze no Palácio da Alvorada. O encontro voltou a ser mencionado na tomada dos depoimentos.
Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor presidencial, foi questionado sobre a ida de Heinze ao Alvorada, no dia 12 de novembro de 2022, para conversar com Bolsonaro, o general Walter Braga Netto e outros militares. Os policiais perguntaram sobre o teor das conversas e sobre qual era a necessidade de impor sigilo ao encontro, mas Tomaz afirmou que não participou da reunião e não forneceu detalhes sobre o que ocorreu.
O ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid afirmou, em delação premiada, que Heinze sugeria decretar a Garantia de Lei e Ordem (GLO) para as Forças Armadas confiscarem urnas eletrônicas, sem autorização do TSE, com a finalidade de inspecionar a integridade dos aparelhos.
Uma pergunta sobre a reunião com Heinze também foi feita ao ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que disse não ter participado do encontro. O senador do PP não é investigado e nega ter cometido ilegalidades.
Já Maria Aparecida Villas Bôas, casada com o ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas, foi citada pela PF como uma das participantes de outra reunião organizada no dia 12 de novembro de 2022, em um apartamento na Asa Sul, bairro nobre de Brasília. A PF perguntou a Tércio Arnaud Tomaz e ao coronel Cleverson Ney Magalhães “qual foi a fala proferida por Cida Villas Bôas” no encontro. Eles não souberam dizer.
Cida Villas Bôas visitou o acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, no dia 28 de dezembro de 2022. Ela estava a bordo de uma van adaptada para deficientes físicos e, ao acenar para os bolsonaristas, fez gestos que sugeriam a presença de Eduardo Villas Bôas no interior do veículo. Ela também não é investigada.
Fonte:Guilherme Amado/Metrópoles 15/03/2024
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