Executivos da indústria automotiva estão mergulhados
Executivos da indústria automotiva estão mergulhados em planilhas e argumentos para tentar evitar que o Congresso leve à frente a ideia de, na regulamentação da reforma tributária, incluir parte do setor automotivo — o que produz carros movidos a combustível fóssil — no rol das atividades taxadas pelo imposto seletivo.
Os cálculos feitos por uma das grandes montadoras deste segmento mostram que o novo imposto pode chegar a uma alíquota adicional de 25%, que, somado à alíquota prevista de 27,5% do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), resultaria em uma carga tributária estimada em até 52,5% na compra de um carro novo.
O argumento desse segmento é que o aumento de imposto e a consequente elevação do preço do carro dificultarão a renovação da frota, encarecendo os veículos novos e impactando uma indústria que gera 1,2 milhão de empregos diretos e indiretos e que, em 2021, faturou R$ 330 bilhões, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Além da questão econômica, o argumento também passa pelo discurso da sustentabilidade. As montadoras que serão impactadas lembram que, às vésperas de sediar a reunião do G-20, ficaria feio para o Brasil sobretaxar um setor que vem se empenhando, ao longo dos últimos anos, em adotar tecnologias e combustíveis favoráveis à descarbonização da mobilidade — por meio, em um primeiro momento, do etanol como combustível automotivo, depois com os veículos flex e, agora, com os modelos híbrido flex.
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