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A três meses das eleições municipais, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, sinaliza que o discurso de ódio e a violência de gênero tem afastado as mulheres de disputarem cargos políticos, seja no executivo ou no legislativo.
A avaliação da ministra foi feita nesta segunda-feira (22), durante a abertura da 4ª Conferência da Mulher Advogada, realizada pela Ordem dos Advogados do Brasil Seção Bahia (OAB-BA), no Centro de Convenções de Salvador.
A ministra relatou ter recebido contato de mulheres que já decidiram não concorrer ou tentar a reeleição no pleito de outubro, por conta do cenário de violência.
“O discurso de ódio é cortado também como se fosse uma métrica única, é completamente diferente quando se trata de homem e de mulher. Uma coisa é o ódio contra o homem, que é o mesmo tipo de adjetivação que nós conhecemos [...]. Para as mulheres são discursos sexistas, machistas, misóginos, que desmoralizam a mulher, suas famílias e impedem que o parceiro possa nos estimular a continuar nessas posições, que impedem que a filha ou filho possa ir à escola”, frisou Cármen Lúcia.
A presidente do TSE afirmou que o “discurso de ódia” está vencendo, porque desestimula cada vez mais a participação feminina na política. “Porque nós temos o sentido de cuidado com o outro e você não quer que a sua escolha profissional recaia sobre a sua filha que não pode ir mais à escola porque atribuem à mãe dela situações embaraçosas e morais”, reforçou.
Fonte:Camila São José/BN - 22/07/2024
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