foto:João Risi/MS/divulgação
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, desistiu de acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em compromissos oficiais em Nova York, entre os dias 22 e 24 de setembro. A informação foi confirmada pelo Metrópoles.
Com o visto suspenso pelos Estados Unidos desde agosto deste ano, como parte de uma sanção imposta pelo governo de Donald Trump, o ministro havia recebido autorização para participar de reunião da Assembleia-Geral das Nações Unidas, nessa quinta-feira (18/9).
Apesar disso, a autorização veio com restrições. Padilha só poderia circular entre o hotel, a sede da ONU e as representações diplomáticas brasileiras, com limite de até cinco quarteirões ao redor do hotel.
Em agosto, os EUA haviam cancelado o visto da mulher e da filha de 10 anos de Padilha. Antes do titular da Saúde, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, também enfrentou demora na obtenção do documento, que havia sido suspenso pelo Departamento de Estado americano.
Nota
Na tarde desta sexta, o Ministério da Saúde (MS) divulgou uma nota na qual afiram ter recebido da Missão dos Estados Unidos para as Nações Unidas um comunicado no qual é informada a proibição de Padilha de particiar presencialmente da reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
“A decisão viola o Acordo de Sede com a ONU e o direito do Brasil de apresentar as suas propostas no mais importante fórum global de saúde para as Américas. O país é uma referência em saúde pública mundial e um dos principais articuladores de ações voltadas à defesa da vacina, da ciência e da vida”, destacou o ministério.
A pasta lembrou da limitação de criculação prevista no visto temporário concedido a Padilha em Nova York, classificada como “arbitrárias” as restrições.
“Não se trata de uma medida de retaliação ao ministro, mas ao que o Brasil representa na luta contra o negacionismo que retira o direito de crianças de se vacinarem e guia os retrocessos relacionados à saúde que a população norte-americana enfrenta.”
Por fim, o ministério reforçou que a restrição a Padilha não vai impedir que o Brasil realize articulações, por meio da delegação do ministério, como “diálogos bilaterais e missões com representantes do Mercosul e do Brics, blocos com presidência do Brasil”.
Em uma carta de quatro páginas, assinada por Padilha e enviada aos ministros da Saúde dos países membros da Opas, o ministro brasileiro reforça a importância da organização internacional, explica a retirada do visto original dele e da família, e faz críticas ao posicionamento da liderança política dos Estados Unidos.
“Tenho certeza de que esse espírito não sucumbirá à sombra de obscurantismo e de negacionismo que paira sobre o país atualmente. País que deixou de ser referência em oferta de ajuda ao desenvolvimento, cooperação humanitária global e desenvolvimento de tecnologias em saúde, para condicionar qualquer cooperação à adesão subserviente à agenda política dos governantes do momento e seus apoiadores.”
Fonte:Metrópoles c/adaptações 19/09/2025
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