KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse nesta sexta-feira (19/9) que não acompanhará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na viagem a Nova York, nos Estados Unidos, para participar da Assembleia Geral da Organizações das Nações Unidas (ONU), que ocorre na semana que vem. Lula embarca aos EUA neste domingo (21/9).
Em entrevista coletiva em São Paulo, o ministro disse que tem a expectativa de que o Congresso vote o projeto que pode ampliar a taxa de isenção do Imposto de Renda (IR) para R$ 5 mil. “Vou ficar no Brasil por causa disso”, disse Haddad.
Marcada para terça-feira (23/9), a assembleia ocorre em meio a um conflito diplomático entre o Brasil e os Estados Unidos, já que o presidente americano Donald Trump aplicou taxas de 50% sobre produtos brasileiros como retaliação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), por tentativa de golpe de Estado.
No início do mês, Haddad conseguiu a renovação do visto americano, o que permitiria sua entrada nos Estados Unidos. Outros ministros, como Alexandre Padilha (Saúde), teve o visto suspenso e desistiu de acompanhar o presidente Lula.
Operação contra fraudes na importação de combustíveis
Haddad ainda cobrou parlamentares de darem uma resposta à Operação Cadeia de Carbono, deflagrada pela Receita Federal nesta sexta-feira contra fraudes fiscais na importação de combustíveis. Segundo o ministro, o setor é o mais utilizado para dar suporte ao crime organizado e lastro de legalidade ao dinheiro obtido de forma ilícita.
“O Senado depois da Operação Carbono Oculto, que foi no dia 28 agosto deste ano, deu uma resposta, aprovando um relatório aprovado pela Receita Federal, de autoria do senador Efraim [Filho]. Foi amplamente votado. Não teve nenhum voto contra, se não me falha a memória. E agora, a Câmara dos Deputados pode dar uma resposta a essa nova Operação Cadeia de Carbono”, disse Haddad.
Segundo a Receita Federal, o objetivo da operação foi “desarticular organizações criminosas especializadas na interposição fraudulenta”, com diligências realizadas em cinco estados: Alagoas, Paraíba, Amapá, Rio de Janeiro e São Paulo. Os agentes da Receita Federal miraram 11 alvos para buscas e apreensão. Haddad estimou que a apreensão da mercadoria pode chegar a R$ 240 milhões.
“Como é uma prática rotineira desse esquema de corrupção, nós realmente estamos falando de bilhões de reais […] se for levar em consideração o esquema, quanto tempo ele vem driblando os mecanismos”, avaliou o ministro.
Haddad disse ainda que as fraudes fiscais são usadas em favor de engrenagens criminosas no setor de combustíveis. O ministro disse que o esquema consiste numa abertura “continua de CNPJs novos e não recolhem os tributos”
“Tem uma rede nacional que dá suporte a lavagem de dinheiro e ao crime organizado de maneira geral”, disse o ministro.
O ministro anunciou ainda que a Receita Federal vai mudar uma norma para “disciplinar o desembaraço antecipado”, que fazia parte do esquema alvo da operação desta sexta.
Fonte: METRÓPOLES - 19/09/2025
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