sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Educação: MEC cancela o ENEM marcado para abril

BRASÍLIA - O Ministério da Educação desistiu de fazer duas edições do Enem neste ano. A prova planejada para os dias 28 e 29 de abril foi cancelada. Relatório encomendado pelo MEC a uma empresa de análise de risco concluiu que não há estrutura para que o governo controle duas edições da prova em um ano. A edição única do Enem de 2012 será nos dias 3 e 4 de novembro.


A promessa de fazer duas edições existe desde que o ministro da Educação, Fernando Haddad, lançou o super Enem, em 2009. O próprio Haddad afirmou, em entrevista ao programa de rádio Bom Dia, Ministro, na quinta-feira, que “o coroamento do Enem passa por duas edições por ano”.

A intenção era que os estudantes pudessem fazer duas provas ao ano e escolher a melhor nota para se candidatarem às bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni) e no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), de vagas nas universidades federais. Um sistema semelhante ao SAT americano que, na verdade, tem várias edições anuais.

Até hoje, no entanto, o MEC não conseguiu transformar o plano em prática. Há um mês, foi contratada uma empresa, a Módulo, especializada em analisar riscos de operações, para fazer uma verificação em todos os processos que envolvem o Enem.

“Depois que ela conheceu todo o processo do Enem nós fizemos uma pergunta: queríamos saber se duas edições ao ano estressaria a máquina que foi montada para o evento”, explicou Haddad ao Estado. A conclusão é que o sistema não vai funcionar com duas edições ao ano – ao menos na atual estrutura.

O próprio ministro já havia dado indícios de que, apesar da promessa e da data marcada, o exame seria cancelado. Na quinta-feira, chegou a afirmar que a decisão da Justiça do Ceará, que obrigava o ministério a dar acesso de todos os 4 milhões de estudantes às suas provas de redação, só pioraria a situação.

Problemas


Desde sua ampliação, em 2009, o exame já enfrentou diversos problemas. No primeiro ano, um funcionário temporário da gráfica onde estava sendo impressa a prova conseguiu sair com uma cópia e tentou vendê-la ao Estado, que denunciou o caso ao ministério. A provateve que ser cancelada e aplicada em dezembro.

Em 2010, problemas de impressão fizeram que um dos cadernos tivessem questões duplicadas. Outro problema foi uma falha na ordem das questões nos cadernos de provas e cartões de respostas.

Em 2011, um professor e um funcionário do Colégio Christos, de Fortaleza, usaram questões usadas em um pré-teste do Enem. Os dois foram indiciados pela Polícia Federal e a prova teve que ser cancelada para os estudantes. Depois disso, as disparidades nas notas de redação dos candidatos depois dos pedidos de revisão das notas trouxe mais dúvidas sobre o exame.

Haddad defende o exame. “São processos complexos. Temos que compreender isso e aperfeiçoar. E isso tem sido feito”, disse. “Não há no mundo um exame nacional do ensino médio que não passe pelos programas que enfrentamos aqui, como as tentativas de fraude.”

Fonte:O estadãoonline.

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