De acordo com o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, que fez a denúncia ao STF, a história contada por Trutis à época, de que sofrera uma embosca por razões políticas, é totalmente falsa.
“O que de fato ocorreu foi uma verdadeira simulação de tentativa de homicídio, na qual o parlamentar (A) e seu assessor (B), portando irregularmente arma de fogo de uso permitido, efetuaram disparos em via pública (estrada vicinal adjacente à Rodovia BR, 060) contra o veículo”, diz Medeiros no documento enviado ao Supremo.
As investigações teriam mostrado que, na verdade, o deputado bolsonarista armou todo um teatro, divulgando imagens do carro atingido nas redes sociais logo após o suposto acontecimento, para gerar comoção favorável a uma política de venda de armas mais frouxa e facilitada, já que o parlamentar frisava ter sido salvo por reagir a tiros contra os supostos pistoleiros.
“Assim, considerando que o porte de arma é uma pauta política defendida intensamente pelo deputado Loester Trutis; o parlamentar, ao noticiar o episódio, atribui ao porte de arma a ausência de lesões e, até mesmo, o escape da “morte”; e, ainda, ele aduz ter sido “vítima’ em razão de embates políticos no Estado de representação, vislumbra-se a conexão dos fatos apurados com a atividade parlamentar”, registra ainda a denúncia encaminhada pela PGR.
À época dos fatos, Trutis chegou a ser preso por posse ilegal de armas, em sua residência. Duas pistolas e um fuzil foram apreendidos no imóvel porque estavam em nome de outras duas pessoas e não no do deputado bolsonarista. Uma habeas corpus expedido pela Justiça no mesmo dia da detenção devolveu a liberdade ao parlamentar.
Caso a denúncia seja aceita pelo STF, Loester Trutis passará a ser considerado réu e será levado a julgamento, ainda que não exista prazo para a apreciação do caso pela corte mais alta do Judiciário brasileiro, foro ao qual ele tem direito por ser deputado federal.
fonte: Revista Fórum - 04/10/2021 17h:45min.
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