quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Mundo: Presidente Lula encontra Fidel Castro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu hoje com o presidente de Cuba, Raúl Castro, e o irmão dele, o ex-ditador Fidel Castro, em visita a Havana marcada pela polêmica em torno da morte do preso político Orlando Zapata. A delegação brasileira que acompanhou Lula não informou os assuntos tratados nos encontros.
Zapata, 42, considerado "prisioneiro de consciência" pela Anistia Internacional, morreu em um hospital de Havana em decorrência de uma greve de fome iniciada em dezembro último, para protestar contra as condições carcerárias na ilha. O dissidente morreu no hospital Hermanos Ameijeiras, da capital, para onde foi levado às pressas, na noite de segunda-feira, procedente do hospital do presídio Combinado del Este, será sepultado ainda hoje, em Banes.
A exemplo do ocorrido nas três visitas oficiais anteriores feitas ao país, o presidente Lula não se encontrou com dissidentes cubanos. Desta vez, porém, em meio à polêmica, ele teve mais críticas por supostamente se recusar a pressionar o governo cubano por direitos humanos. O dissidente cubano Oswaldo Payá, líder do Movimento Cristão de Libertação, afirmou que Lula é cúmplice na violação ocorrida na ilha.
"Respeitamos e amamos o povo brasileiro, mas o governo Lula não deu nenhuma palavra de solidariedade para com os direitos humanos em Cuba. Tem sido um verdadeiro cúmplice da violação dos direitos humanos em Cuba", disse Payá, em entrevista publicada hoje pelo jornal "O Globo". "Já não esperamos e nem queremos esperar nada dele", continuou.
Hoje, o presidente inaugurou, ao lado de Raúl, obras do porto cubano de Mariel, remodelação financiada pelo Brasil para ilustrar a sua aliança estratégica com a ilha de governo comunista. Mais tarde, em inédito comunicado, o Ministério de Relações Exteriores cubano informou, em nome de Raúl, lamentar a morte de Zapata. No texto, o presidente negou haver tortura em Cuba e culpou os Estados Unidos pelo ocorrido.
O documento não explica como os EUA seriam culpados pela morte de Tamayo. Cuba costuma, contudo, chamar os presos políticos de "mercenários" a serviço de Washington.
Em Havana, a delegação brasileira que acompanhou o presidente Lula afirmou que ele achou Fidel Castro, que não aparece em público desde julho de 2006 devido a problemas de saúde, "excepcionalmente bem". O grupo ainda distribuiu fotos nas quais Lula, Fidel e Raúl aparecem no jardim da casa oficial, com piscina.
Os jornalistas estrangeiros que trabalham em Cuba não foram autorizados a cobrir a visita de Lula, exceto pela chegada dele ao aeroporto.

Fonte:Folhaonline
Foto:Ricardo Stuckert/Efe/Pr

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