terça-feira, 30 de agosto de 2011

Educação: UNEB vai ganhar restaurantes e residências universitárias

o professor Marcelo Paixão da UFRJ palestrou na abertura da conferência -Foto:Cindi Rios/Ascom
A administração central da UNEB vai inicar, até o final do ano, a contrução de restaurantes universitários nos campi de Salvador, Alagoinhas e Juazeiro e de novas residências estudantis em Serrinha e Itaberaba.

As novidades foram anunciadas pelo reitor da universidade, Lourisvaldo Valentim, durante a abertura da Conferência universitária de ações afirmativas da UNEB: a construção de um programa permanente, na noite de ontem (29), no teatro da instituição, no Campus I, em Salvador.

“Além de possibilitar o ingresso nas graduações e pós-graduações de nossa universidade, estamos adotando medidas para fortalecer a fixação e garantir a permanência desses estudantes nos cursos”, completou o reitor.


Reitor Valentim salientou que medidas são para contribuir com permanência dos estudantes
Presidindo a abertura, Valentim exaltou ainda o êxito do sistema de cotas na universidade, que atualmente conta com aproximadamente 18 mil cotistas matriculados.

As ações afirmativas da UNEB também foram ressaltadas pelo professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ufrj), Marcelo Paixão, que ministrou palestra sobre a temática.

“Estamos debatendo uma política justa e que precisa dar certo. Esse evento mostra a organização dessa instituição para discutir uma proposta de programa inclusivo, que vai servir de referência para as demais universidades brasileiras”, ressaltou Marcelo.

Para o docente carioca, as discussões acerca das políticas de ações afirmativas suscitadas pela UNEB têm importância para o ensino superior de todo o país.


Wilson Mattos lembrou que um documento será produzido e encaminhado para apreciação do Consu
“As cotas, além de funcionar como instrumento de reparação social, possibilitam a identificação e a inserção de talentos adormecidos no ambiente acadêmico brasileiro”, considerou Marcelo.

Gestores e representantes dos três segmentos da universidade se reuniram na oportunidade, a convite do Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americanos (Cepaia), para dar início às discussões sobre a implantação de um programa permanente de ações afirmativas.

Segundo o secretário municipal da Reparação (Semur), Ailton Ferreira, a UNEB tem fornecido “a régua e o compasso” para que os gestores do Executivo promovam políticas públicas inclusivas e também tem se mostrado fiel aprendiz do movimento negro no estado.

“Essa instituição de ensino é a mais negra da Bahia. Espero que a parceria entre nossa secretaria e a UNEB mantenha-se firme, e que a universidade possa estar presente para a população do estado assim como o afoxé Filhos de Gandhy, que têm pelo menos um representante em cada família baiana”, destacou o secretário.

Para Amélia Maraux, superintendente de Desenvolvimento da Educação Básica da Bahia (Sudeb), o evento ratifica o pioneirismo da UNEB em ações afirmativas.

“A inserção de cotistas em uma universidade formadora de docentes tende a tornar o ensino público no estado mais qualificado e inclusivo”, considerou Amélia.

Participaram também da abertura a chefe de gabinete da Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Carine Limeira, o pró-reitor de Assistência Estudantil (Praes) da UNEB, Paulo Gonçalves, a gerente da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), Dayse Lago, o coordenador do Cepaia, Wilson Mattos, a juíza da 18ª Vara de Substituições de Salvador, Luislinda Valois, e o professor da Universidade do Estado de Kwara (Nigéria), Sakah Mahmoud.

Programa permanente

Luislinda Valois, primeira magistrada afrodescendente do país, prestigiou as atividades
Após a implementação das cotas para negros da rede pública de ensino em 2003, e da extensão do sistema de reserva de vagas para indígenas em 2008, a UNEB caminha para a realização de outra ação democrática e inclusiva, com a elaboração de um programa unificado de ações afirmativas.

“Essa conferência é uma iniciativa pioneira. Após as discussões, enviaremos documento sobre os debates para apreciação do Conselho Universitário (Consu)”, explicou Wilson Mattos.

O coordenador frisou ainda que a iniciativa está de acordo com as leis federais 10.639/2003 e 11.645/2008, que estabelecem as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede pública de ensino a obrigatoriedade de temáticas acerca desses grupos étnicos historicamente excluídos.

Para Luislinda Valois, primeira magistrada afrodescendente do país e importante parceira da UNEB no setor judiciário para implantação das cotas, a universidade está fortalecendo “a parceria com a negritude baiana, que tem orgulho de ser brasileira e também quer participar da gestão deste país”.


Conferência está reunindo a comunidade acadêmica na construção de programa permanente
O pró-reitor de Assistência Estudantil (Praes), Paulo Gonçalves, além de destacar os esforços para a implantação de uma efetiva política de ações afirmativas na instituição, destacou que o principal desafio da universidade é “desconstruir as convenções racistas da sociedade brasileira”.

A conferência segue com programação no Teatro UNEB. Destaque para a apresentação dos resultados da pesquisa Os egressos do sistema de cotas da UNEB, que acontece hoje (30), e à aprovação do documento final da conferência prevista para amanhã (31), último dia do evento.

A iniciativa, promovida pelo Cepaia em parceria com o grupo de pesquisa Firmina Pós-Colonialidade: Educação, História, Cultura e Ações Afirmativas, da Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PPG), tem apoio do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros (Afrouneb) e do Programa de Pós-Graduação em História Regional e Local (PPGHIS), ambos do Campus V (Santo Antônio de Jesus), e do Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade (PPGEduC), do Campus I (Salvador).




Fonte: Danilo Oliveira do núcleo de jornalismo/ascom da instituição

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