quarta-feira, 7 de maio de 2014

Salvador: Garoto de 14 anos comandou assalto que resultou na morte da professora

O assalto que acabou com a morte da professora de Matemática Andrea Borges Astolpho, 43, na Vila Laura, no último domingo, foi comandado por um garoto de 14 anos. A tentativa de roubo do Celta de pró Andrea foi a mais recente ação do garoto que, segundo a polícia, já matou rivais, roubou cerca de 20 veículos e liderava um grupo ligado ao temido traficante Titanic, de Cosme de Farias.  
A professora foi morta em assalto no domingo 
(Foto: Betto Jr)
“Nunca vi um menino tão frio em 32 anos de polícia”, disse, espantada, a delegada Maria Dail Sá Barreto, titular da 6ª Delegacia (Galés), ontem de manhã, na sede da Polícia Civil, durante a apresentação de Danilo Neres Santos, 18 anos, autor do disparo que matou a professora. 
A dupla agiu no dia do crime com outro adolescente,  16 anos. A polícia prendeu Danilo e apreendeu os adolescentes na tarde de segunda-feira. De acordo com a polícia, no dia em que a professora de Matemática foi assassinada, o líder do grupo permaneceu na direção do Gol, roubado dois dias antes, na Rótula do Abacaxi, enquanto Danilo e o adolescente de 16 foram tomar de assalto o Celta de Andrea.
O intuito era se desfazer do Gol e usar o carro da vítima para roubar outros veículos. “Foi ele (rapaz de 14) que apontou o carro da moça”, contou Danilo. “Vi quando ela (Andrea) colocava a criança no carrinho, no banco de trás. Pedi para sair do carro, mas ela demorou e deu partida no carro, então atirei”, disse Danilo, que já foi preso por adulteração de veículo e receptação.
O filho da professora,  6 anos, que estava no banco traseiro do carro, presenciou o assassinato da mãe. Segundo a diretora do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), delegada Fernanda Porfírio, apesar da criança, os ladrões decidiram dar voz de assalto, “o que pode ter levado a vítima a tentar sair com o veículo, com o objetivo de protegê-la”.
Líder  
“Apesar da idade, ele é terrível”, disse a delegada Maria Dail, sobre o líder do grupo. “Se não fosse a prisão, ele seria capaz de tomar a liderança do tráfico de Cosme de Farias”, complementou, fazendo referência à possibilidade de o adolescente ter entrado na briga para assumir o controle do tráfico da localidade de Baixa do Cruzeiro, em Cosme de Farias, depois da morte de Tiago Guimarães Pinto, o Titanic, durante uma operação da polícia em Camaçari, em fevereiro deste ano, em que também morreram o irmão de Titanic, Jacson Guimarães Pinto, e o comparsa Diogo dos Santos.  
“Moradores apontaram o adolescente como sendo o responsável por muitas mortes e já teria praticado mais de 20 roubos de carros na região de Brotas só neste ano”, disse Maria Dail.  
Danilo Neres Santos, 18 anos, autor do disparo que matou professora, é apresentado. Ele receberia R$ 500(Foto: Mauro Akin Nassor)
Segundo a delegada, o adolescente é um exímio motorista. “Ele contou que começou a dirigir com 8 anos. Em todas as investidas do trio, era ele quem estava ao volante”, contou a delegada. Para cada carro roubado, Danilo e o outro adolescente de 16 ganhavam  R$ 500.
“Então, ele (garoto de 14) pegava os carros e dirigia até Feira de Santana, onde vendia os carros por R$ 2 mil”, disse a delegada.
Imagens  
Os três bandidos foram descobertos depois que a polícia teve acesso ao circuito de câmeras da região. Nas imagens, aparecem correndo após o disparo, Danilo (com uma mochila preta que foi apresentada pela polícia) e o adolescente de 16. Segundo a delegada Maria Dail, no mesmo dia, os investigadores da unidade saíram com as imagens no celular, mostrando aos moradores.
Foram coletando informações e chegaram primeiro no adolescente de 16, que entregou Danilo, que delatou o menor de 14, líder do grupo. Todos foram presos em suas casas, na Baixa do Cruzeiro, na segunda-feira”, informou.
A arma utilizada para matar a professora de Matemática ainda não foi encontrada pela polícia. De acordo com Danilo, o revólver, calibre 38, foi adquirido pelo líder do bando, através de um rapaz apelidado de Jegue. “Depois (do crime), a arma foi devolvida a Jegue”, contou. Policiais da 6ªDP realizaram incursões, mas até a tarde de ontem não haviam localizado o rapaz.
A investigação do caso foi fruto de um trabalho entre o Depom e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). “Trabalhamos para um bem comum, que é o bem-estar da sociedade. A integração faz um trabalho com mais agilidade”, declarou a delegada Maria Fernanda Porfírio, diretora do Depom, ao explicar o motivo da elucidação do caso em pouco mais de 24 horas.  

Fonte:CorreiodaBahia/reprodução

0 comentários:

Postar um comentário