sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Dilma recusa credencial do novo embaixador da Indonésia país protesta

Foto: Elza Fiúza/ABr
Após a execução de Marcos Archer Dilma demonstrou a insatisfação do Brasil Foto: Elza Fiúza/ABr/reprodução
Atualizada em 21/02/15 -11h
A presidenta Dilma Rousseff não recebeu hoje (20) a carta credencial do novo embaixador da Indonésia no Brasil, Toto Riyanto. Com isso, ele não poderá representar a Indonésia em audiências ou solenidades oficiais no Brasil. Toto Riyanto esteve no Palácio do Planalto para repassar ao governo brasileiro a carta credencial, assim como os novos embaixadores da Venezuela, de El Salvador, do Panamá, do Senegal e da Grécia. A cerimônia foi encerrada sem a participação do indonésio.
“Achamos que é importante que haja uma evolução na situação para que a gente tenha clareza em que condições estão as relações da Indonésia com o Brasil. O que nós fizemos foi atrasar um pouco o recebimento de credenciais, nada mais que isso”, explicou a presidenta em entrevista após a cerimônia. Foi a primeira vez que ela conversou com jornalistas desde o fim de dezembro, antes de tomar posse do segundo mandato.
No dia 17 de janeiro, o brasileiro Marco Archer foi fuzilado na Indonésia, em cumprimento à pena de morte por tráfico de drogas. Após a execução, Dilma convocou o embaixador brasileiro na Indonésia, um ato diplomático que demonstrou a insatisfação do Brasil. Outro brasileiro condenado à pena de morte no país, Rodrigo Gularte, aguarda execução. 

GOVERNO INDONÉSIO PROTESTA CONTRA O GESTO DA PRESIDENTE DILMA

O governo da Indonésia protestou contra o gesto da presidente Dilma Rousseff, de não receber as credenciais do embaixador indonésio designado para o Brasil, Toto Riyanto, em cerimônia realizada na manhã desta sexta-feira (20) no Palácio do Planalto. Além de publicar uma nota de repúdio em seu site oficial, o Ministério das Relações Exteriores da Indonésia convocou o embaixador brasileiro em Jacarta para "transmitir os termos mais fortes possíveis de protesto para o ato hostil do governo do Brasil" e também chamou Riyanto de volta ao país.
"A maneira pela qual o ministro das Relações Exteriores do Brasil, de repente, informou o adiamento da apresentação de credenciais pelo embaixador da Indonésia designado para o Brasil, quando o embaixador já estava no palácio, é inaceitável para a Indonésia", informou o ministério indonésio, acrescentando que Riyanto havia sido convidado formalmente para apresentar suas credenciais na cerimônia.
O embaixador brasileiro em Jacarta, Paulo Soares, foi convocado pelo ministério indonésio às 22h (13h em Brasília) para uma conversa dura, na qual foi demonstrada toda a insatisfação do governo da Indonésia com o constrangimento vivenciado por seu representante no Brasil. Soares também recebeu uma nota oficial de protesto.
"Como um Estado democrático soberano, com seu próprio soberano, sistema de Justiça independente e imparcial, nenhum país estrangeiro, nem partido, pode e deve interferir na implementação das leis vigentes da Indonésia dentro de sua jurisdição, inclusive na aplicação de leis para lidar com o tráfico de drogas", ressaltou o governo indonésio por meio de nota.
Segundo o ministério da Indonésia, o embaixador Toto Riyanto, chamado de volta para Jacarta, voltará ao Brasil somente quando o governo brasileiro confirmar uma nova data para a apresentação de suas credenciais.
As relações entre os dois países se deterioraram depois da execução de Marco Archer, condenado à pena de morte por tráfico de drogas, fuzilado em 17 de janeiro. Atualmente, outro brasileiro, Rodrigo Gularte, também condenado à morte pelo mesmo crime, aguarda no corredor da morte.
Fonte:Luana Lourenço/ABr
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