sexta-feira, 24 de abril de 2015

Professor lança livro que escreveu a partir de conversas pelo Whatsapp

Clóvis de Barros Filho - filósofo ensina matéria de maneira escrachada na sala de aula (Foto: Divulgação)
  Prof. Clovis Filho - foto:divulgação/reprodução

Filósofo nada convencional, apesar de formado pela Sorbonne e professor da USP, Clóvis de Barros Filho ganha a vida explicando filosofia de modo escrachado, nas salas de aula, palestras, e agora também na literatura. 

No dia 28, ele lança o livro Somos Todos Canalhas, escrito a partir de diálogos com o professor de Direito Júlio Pompeu, via Whatsapp. “Foi a forma mais rápida e prática que encontramos de realizar nosso projeto. Ele gravava um áudio, eu respondia com outro. Isso deu ao texto uma leveza, e por isso o livro é bem fácil de ler. Apesar de ser papo de filósofo”, diz ele, que define a obra como “um anti-manual de sobrevivência na selva social”.

Por que somos todos canalhas?

Claro que o título é uma provocação e um apelo para vender mais. Sou um tirador de sarro. Ser canalha não é exatamente atributo de uma pessoa, é uma conduta. Nós não somos canalhas, apenas agimos canalhamente. O que significa desrespeitar e até agredir a convivência social em nome da nossa mera comodidade. Quando estacionamos na vaga destinada a deficientes, apenas por 30 minutos, temos consciência de que estamos desrespeitando o direito do outro. Isso é agir canalhamente.

E você, age canalhamente?

Eu me atrevo a dizer que diariamente todos nós agimos, porque estamos sempre buscando comodidades.

A Internet contribui para a falta de ética?

A Internet tem um problema ético fundamental que é o anonimato. Mas estamos vivendo em uma sociedade em busca de novos valores. Nunca se falou tanto em ética, o que revela uma busca coletiva do aperfeiçoamento da convivência. E o único jeito para esse aperfeiçoamento é uma formação moral mais consistente. Mas precisamos discutir mais os conceitos de conduta na família e na escola. Eu sempre digo que moral é aquilo que você faria mesmo que fosse invisível.



Fonte: Coluna Bruno Astuto/revista época online de 24.04.15






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