Entidades reagiram nesta terça-feira (7) à declaração do general
Antonio Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice-presidente na chapa de
Jair Bolsonaro (PSL) nas eleições de 2018, que disse que o Brasil
A declaração foi dada durante um evento em Caxias do Sul (RS). "Essa
herança do privilégio é uma herança ibérica. Temos uma certa
herança da indolência, que vem da cultura indígena.
Eu sou indígena, minha gente. Meu pai é amazonense. E a malandragem,
Edson Rosa (vereador de Caxias do Sul), nada contra, mas a malandragem é oriunda do africano. Então, essa é o nosso cadinho cultural. I
nfelizmente, gostamos de mártires, líderes populistas e dos
macunaímas", afirmou Mourão, em trecho gravado pelo jornal Pioneiro.
Por meio de nota, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) disse que
repudia veementemente a declaração do general, e que ela alimenta o
racismo. Segundo a entidade, a fala é injusta, injuriosa e criminosa, e deve ser investigada pelo Ministério Público Federal.
"Tais declarações explicitam profunda ignorância e alimentam o racismo de parcela da sociedade brasileira contra essas populações historicamente injustiçadas e massacradas em nosso país", diz o Cimi na nota.
Também por meio de nota, a ONG Educafro disse estar preocupada com a
visão "equivocada" da participação do povo negro na construção do Brasil.
Para a ONG, a fala do general Mourão é "ofensiva" à comunidade negra.
Por telefone, a presidente da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP), Cármeno Dora de Freitas,
disse que a fala do general caracteriza apologia ao racismo.
General Mourão
Após a repercussão de sua fala, Mourão disse por telefone que foi mal interpretado e que em momento algum fez referência a indígenas e africanos
de forma pejorativa. Afirmou ainda que não é racista, reforçou sua origem indígena, e disse que "o brasileiro precisa conhecer a sua origem para as
coisas boas e não tão boas".
Em nota divulgada nesta terça, o candidato a vice-presidente disse que, ao
dar a declaração, se baseou em "estudiosos gabaritados da nossa nacionalidade" e que o contexto da fala foi o da "herança cultural".
"Esse contexto trouxe heranças positivas e negativas, sem distinção de cor e raça, para todos os brasileiros", concluiu.
fonte:O Globo
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