foto:reprodução/google
Ao completar 100 dias do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) sinto-me impulsionado a escrever essas linhas sobre o atual momento vivenciado pela sociedade brasileira. Muita coisa aconteceu durante esses dias: demissão de dois ministros de pastas importantes, ministérios cheio de militares, discussão pela redes sociais com lideranças do Congresso, mas gostaria de destacar nesses 102 dias, três atitudes do presidente que nos chama atenção sobre a sua real intenção para com o futuro do país.
Primeira - ele não deveria deixar seus filhos, principalmente o vereador pelo Rio de Janeiro, o Carlos Bolsonaro interferir em seu governo, causando um desgaste desnecessário até aqui. Se uma posição não for tomada para estancar essa intromissão, veremos que coisas mais sérias irão acontecer, pois o pai o coloca como responsável por ele estar no planalto hoje. Aliás, o presidente sinalizou que isso iria acontecer quando permitiu que o mesmo estivesse no carro aberto no desfile de posse junto com a primeira dama. Se ele tivesse levado a sua filha caçula, passaria uma mensagem diferente à sociedade.
Segunda - ir aos Estados Unidos para dizer que os americanos podem entrar aqui a hora que quiserem sem a obrigatoriedade de visto e sem contrapartida para os brasileiros e o acordo para o uso da base de Alcântara (MA) sem acesso às tecnologia americana, é de uma subserviência tamanha de um país no qual o mundo quer fazer negócios e parcerias.
Terceira - essa questão de selecionar órgãos da imprensa e jornalistas para dar entrevistas, para fazer a publicidade do governo, de usar somente as redes sociais como meio de comunicação, quando sabemos que ainda mais de 60 milhões de brasileiros não acessam a internet, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, coletados em 2016.
Evidencia-se que frases de "efeitos" proferidas pelo presidente e seu vice, seus filhos, como pelos seus ministros, a negação dos registros históricos, e o ataque aos partidos e membros de oposição, como se estivéssemos ainda na campanha eleitoral, criando-se um clima de instabilidade politica e econômica, como na mais recente ingerência política de preços dos combustíveis da Petrobrás, que agora o ministro Paulo Guedes está gerenciando a crise causada pelo presidente.
Confesso que estou bastante preocupado, pois sinto que não há um projeto de governo, e é como diz um proverbio chinês: “se alguém te chama de burro, não ligue, pois essa pessoa provavelmente não te conhece, mas se cinco ou mais pessoas te chamam de burro, talvez seja a hora de comprar uma sela". A moral do provérbio é que quando várias pessoas de contextos diferentes falam a mesma coisa sobre você, é hora de prestar atenção, pois eles podem estar falando a verdade sobre você.
Jorge Luiz
Pedagogo
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