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Congressistas reagiram neste sábado (7.mar.2020) ao discurso no qual o presidente Jair Bolsonaro convoca a população para as manifestações do dia 15 de março.
O líder do PT na Câmara, deputado Ênio Verri (PR), afirmou ao Poder360 que o presidente tenta desviar o debate sobre a Economia em seu governo.
“É muita coincidência o presidente Bolsonaro 1º dizer que não tem nenhum envolvimento com a manifestação de 15 de março e, depois que sai o resultado do PIB [Produto Interno Bruto], começa a fazer movimentos para que o debate sobre a política econômica seja desviado”, afirmou.
Verri lembrou que o humorista Márvio Santos, conhecido como Carioca, saiu do Palácio da Alvorada –residência oficial da Presidência– caracterizado como Bolsonaro justamente no dia em que houve anúncio sobre o crescimento do país. O PIB cresceu 1,1% em 2019, abaixo das estimativas iniciais do governo.
Naquela ocasião, Carioca desembarcou do comboio presidencial e ofereceu uma banana aos jornalistas que estavam no local para questionar Bolsonaro sobre a divulgação do indicador econômico mais importante do Brasil. O presidente apareceu depois e colocou o humorista para dar a resposta.
“Ele [Bolsonaro] coloca o palhaço no dia de anunciar o PIB, coloca o debate do Orçamento impositivo, que ele pediu para ser feito e muda de assunto agora… E, agora, convoca a população, que ele disse que não convocaria, para isso”, afirmou o líder do PT.
Antigo aliado de Bolsonaro, o senador Major Olímpio (PSL-SP) disse que a interpretação “da maioria” dos congressistas é de que “Bolsonaro assumiu que vai para o pau contra o Congresso”. Como consequência, apontou ele, “certeza de muita confusão e trancamento das pautas”.
“Como bombeiro, vejo muita dificuldade para apagar 1 incêndio destas proporções”, acrescentou.
Líder do PSOL na Câmara, a deputada Fernanda Melchionna (RS) afirmou ao Poder360 que a convocação de Bolsonaro é “gravíssima” e “precisa ser repudiada”. A melhor forma de repúdio, disse ela, é com manifestações populares nas ruas para “alterar a correlação de forças”.
Por isso, afirmou Melchionna, “é tão importante” o calendário de atos no mês de março –quando há o Dia Internacional da Mulher (08) e quando completam 2 anos da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), no dia 14.
CONTEXTO
O posicionamento do governo pró-manifestações se tornou público a partir de declarações do ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional). Durante uma transmissão ao vivo pelas redes sociais, vazou uma declaração do ministro de que o Congresso “chantageava” o Executivo.
Diferentes autoridades repudiaram o posicionamento de Heleno. Entre elas, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), além de outros deputados e senadores.
As declarações do ministro, no entanto, ganharam respaldo nas redes sociais, entre apoiadores do presidente. Depois, Bolsonaro usou seu WhatsApp pessoal para divulgar vídeo que convocava a população para os protestos.
Já neste sábado (7.mar), Bolsonaro pela 1ª vez se posicionou publicamente a favor dos atos, ressalvando que não se trata de 1 ataque aos demais Poderes da República. As manifestações têm uma pauta anti-Congresso, mas ele disse que “quem diz que é 1 movimento impopular contra a democracia está mentindo e tem medo de encarar o povo brasileiro”.
“Dia 15 agora tem 1 movimento de rua espontâneo, é 1 movimento espontâneo e o político que tem medo de movimento de rua não serve para ser político”, completou.
fonte:Poder360.com
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