foto:reprodução Miguel Nicolelis coordena o comitê científico do Nordeste
Nesse momento de pandemia de Covid-19, diversos setores se unem para driblar a crise e evitar uma maior disseminação da doença. Com o objetivo de reunir informações para orientar e articular ações de combate ao novo coronavírus, o Comitê Científico do Consórcio Nordeste, assessorado por cientistas e médicos de diversas regiões do país, vem trabalhando junto aos representantes de todos os Estados do Nordeste.
Sob a coordenação do neurocientista Miguel Nicolelis e do físico e ex-ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, criou nove subcomitês temáticos cujos membros dividirão a tarefa de coordenar e convidar outros cientistas e pesquisadores, nacionais e internacionais, para que participem e colaborem nesse momento.
“Estamos criando um site com informações do Nordeste, Brasil e do mundo, com uma sessão só pra responder fake news e perguntas que as pessoas fazem comumente, estatísticas, com uma plataforma de colaboração, com redes de pesquisadores do Brasil e internacional. Estamos fazendo contato com comitês semelhantes aos nossos em outros países”, explica Miguel Nicolelis.
O coordenador do Comitê também reforçou a importância do isolamento social. “Uma pessoa pode contaminar até duas ou três, pode ser de forma assintomática, então todas as medidas de contenção e distanciamento sociais são fundamentais nesse momento. Essa foi a primeira grande e unânime decisão desse Comitê Científico, criado pelo Consórcio dos Governadores do Nordeste, para ratificar, apoiar, estabelecer e manter o distanciamento social, inclusive, nesse fim de semana e começo da semana os decretos já foram renovados no Nordeste. Isso é um produto das nossas interações, porque os governadores estão totalmente abertos a nossa consultoria”, diz ele.
Além disso, Nicolelis também defende o uso de máscaras caseiras para população. “É preciso reservar para linha de frente dos profissionais de saúde às máscaras cirúrgicas de saúde, a OMS e outras entidades estão revertendo essas posições. Nós já fizemos a sugestão aos governadores e alguns deles já estão atuando no sentido de estabelecer contato com costureiras, artesãos e microempresários espalhados pelo Nordeste para fazer com que essas pessoas estejam engajadas no processo de produção das melhores possíveis máscaras”, afirma.
O Comitê informou que uma nota técnica será divulgada em breve com informações sobre os tecidos indicados, os procedimentos de confecção, o tempo máximo de uso diário e o processo adequado de higienização das mesmas. Contudo, enfatiza que “a adoção da máscara, seja ela de qualquer tipo, não flexibiliza a importância do distanciamento social, que deve ser mantido como medida prioritária, a higienização correta das mãos com água e sabão e, quando necessário, o uso do álcool em gel”.
“Esse acoplamento de sugestões e indicações científicas com potenciais cadeias produtivas econômicas passa a criar uma cadeia de política pública científico-social fundamental. Sempre defendi que a ideia de que ciência pode ser usada como um grande agente de transformação social, então esse é um pequeno exemplo, numa emergência como essa, de que nós podemos já implementar pequenos atos que fazem esse acoplamento e que vão dar suporte principalmente as pessoas que precisam trabalhar”, acrescenta o neurocientista.
Monitora Covid-19
Lançado nesta quinta-feira, 9, pelo Governo da Bahia o aplicativo ‘Monitora Covid-19’ e´uma das iniciativas que ajudará o Comitê a conter e acompanhar a disseminação do vírus. “Vamos ter que monitorar a população pra ter uma ideia de como os casos estão evoluindo a nível de vizinhança por toda a região Nordeste e existem ferramentas que estão sendo desenvolvidas. Umas delas foi desenvolvida por parceria da Secretaria de Ciência e Tecnologia e da Secretaria da Saúde da Bahia, e essa ferramenta já está sendo discutida na comissão, estamos avaliando e esperamos poder tê-la em uso brevemente para poder coletar dados, testar a eficácia e acoplar essa ferramenta a técnicas modernas de mineração de dados”, explana Nicolelis.
“Isso vai nos ajudar na logística de distribuição de insumos e equipamentos, alocação de equipes de saúde e guiar o paciente para onde ele dever ir, qual a unidade mais próxima e menos cheia . Temos que fazer de tudo para facilitar o acesso, estamos falando de quase 60 milhões de pessoas só no Nordeste”, completou ele.
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