Foto: Divulgação
Atingida por uma campanha publicitária lançada pelo Itaú Personnalité, nessa terça-feira (23), a XP Investimentos emitiu uma nota com críticas ao banco. Para o fundador da corretora, o empresário Guilherme Benchimol, a propaganda atacando o comissionamento dos agentes autônomos de investimentos na distribuição de produtos financeiros mostra que o banco "não consegue mais competir colocando o cliente em primeiro lugar". “Se tem algo que o banco não é, nem nunca foi, é ser feito para você”, alfineta.
No seu perfil do Linkedin, o empresário disse ter certeza de que "os bancos preferem o Brasil do passado", com juros altos e baixa concorrência, o que explora mais os empresários e os investidores individuais - o Itaú é o maior acionista da XP, com participação de 46%.
“Quem nunca recebeu uma oferta do seu banco com um cheque especial abusivo, um empréstimo com as mais altas taxas de juros do mundo, um 'investimento' na caderneta de poupança, um título de capitalização desnecessário, um fundo com taxas exorbitantes, um consórcio para bater a meta do fim do mês e assim por diante?”, indaga Benchimol.
Na avaliação dele, essa troca de farpas mostra como a guerra pelo domínio do mercado de investimentos para investidores não institucionais se tornou sistêmica. Na propaganda, o Itaú critica o fato de os assessores serem remunerados de forma diferente, a depender do produto que vende aos clientes.
Benchimol rechaçou a crítica ao dizer que a XP sempre foi transparente nisso.
"O assessor é um empresário, um empreendedor que tem a sua própria empresa e somente sobrevive se a visão for de longo prazo, com um cliente totalmente satisfeito e muita ética em todas as suas atitudes", frisa o empresário, acrescentando que, junto com a XP, contribuiu para criar "uma nova indústria, com mais competição, melhores produtos, melhores serviços e mais alinhamento com o cliente".
Recentemente, a XP, que levantou capital em Nova Iorque no final do ano passado, acelerou a compra de empresas de tecnologia financeira para aprofundar seu modelo multisserviços. A concorrente BTG Pactual Digital deve receber mais de R$ 2,5 bilhões para expandir sua atuação no mercado, enquanto Credit Suisse comprou 35% da plataforma ModalMais nesta semana. “Apesar de toda a nossa história, estamos só no começo. Podem ter certeza de que não descansaremos enquanto todos os abusos dos bancos não acabarem”, alerta Benchimol.
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