quarta-feira, 24 de junho de 2020

SP: Uninove demite professores por meio de aviso em plataforma para dar aulas

8 vantagens de estudar na Universidade Nove de Julho | Uninove | G1
imagem:reprodução
SÃO PAULO - Professores da Universidade Nove de Julho (Uninove), em São Paulo, foram surpreendidos na manhã desta segunda-feira, 22, com uma mensagem de demissão que apareceu na plataforma online usada para dar aulas assim que eles acessaram o site. O aviso dizia, de forma impessoal, que o docente estava dispensado "de prestar serviço a esta empresa sem obrigatoriedade inclusive do cumprimento do aviso prévio previsto em lei".
A notificação, a qual o Estadão teve acesso e foi reproduzida nas redes sociais, pede que os professores compareçam à unidade Vergueiro da universidade, na zona sul paulistana, para devolver crachá, cartão de acesso, do estacionamento e carteirinha do plano de saúde, bem como para dar baixa na carteira de trabalho. A instituição dá um prazo de dois dias úteis para que também sejam devolvidos qualquer equipamento, como computadores e celulares, que tenha sido oferecido a eles para as aulas virtuais. A não devolução está sujeita a "desconto nas verbas rescisórias", diz o informe.
Nesta terça-feira, 23, o Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinprosp) informou que protocolou no Tribunal Regional do Trabalho um dissídio coletivo que pede a anulação, em caráter liminar, das demissões. Ainda não se sabe o número exato de profissionais dispensados, mas professores e estudantes estimam de 300 a 500, somando todas as unidades. Um professor que não quis se identificar disse que funcionários da secretaria e equipe administrativa do ensino a distância haviam sido demitidos antes dos docentes, também de forma inesperada.
"Apesar de ter sido facilitada pela reforma trabalhista de 2017, a demissão em massa, como a que a Uninove acabou de promover, tem enorme impacto social. O fato de ela ocorrer em meio à pandemia e de a mantenedora não ter manifestado nenhuma intenção de negociar ou amenizar o problema, agrava ainda mais a situação", diz o Sinprosp.
Há dois anos e meio na instituição, uma professora que falou ao Estadão sob condição de anonimato relatou que a primeira coisa que apareceu na tela do computador quando acessou o ambiente virtual de aula foi o informativo, em formato de pop-up. "Totalmente impessoal, chamando de 'prezado professor', não nominal. O que foi mais chocante, que mexe com o sentimento, é a primeira linha que diz que a partir de 22 de junho não presta mais serviço à instituição. Nunca prestei um serviço. Eu era uma colaboradora, fazia com que a instituição funcionasse, educava jovens."
fonte: Estadão - 24/06/2020

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