quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Política: Walter Delgatti, o “hacker de Araraquara" diz que “Deltan aposta no foro, quer a armadura da impunidade”

Deltan Dallagnol - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil


Walter Delgatti Neto, o hacker que fez sucumbir toda a credibilidade que a Lava Jato gozava enquanto cometia um arsenal de ilegalidades, ironizou o anúncio feito pelo procurador Deltan Dallagnol nesta quinta-feira (4) de que vai renunciar ao seu cargo para concorrer nas eleições de 2022.

Ex-coordenador da extinta Força Tarefa da Lava Jato de Curitiba, Dallagnol decidiu abandonar o Ministério Público para, possivelmente, buscar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2022. Como o fez durante toda a operação, Deltan deve seguir os passos do ex-juiz Sérgio Moro e se filiar ao Podemos.

Em nota enviada através de sua equipe de advogados ao jornalista Luís Costa Pinto, apresentador do Jornal da FórumDelgatti criticou a empreitada, mas apontou que já era previsível.

Para o “hacker de Araraquara”, no entanto, o principal objetivo de Deltan não é exercer um cargo público para fazer política formalmente, mas conquistar o foro privilegiado e se manter impune dos crimes cometidos durante a atuação na Lava Jato.

“Agora, depois dos vazamentos, depois que EU levantei o véu que encobria a chão fétido e pantanoso da operação que destruiu a economia do país e que ele viu a face vergonhosa de sua demissão se aproximando, ele aposta na prerrogativa de foro por função. Ele não quer entrar apenas na política, ele quer vestir a armadura da impunidade, que ele tanto disse criticar”, afirmou.

“Nada surpreende. A hipocrisia sempre foi uma marca da Republiqueta de Curitiba”, finalizou Delgatti.

Confira a nota enviada por Walter Delgatti ao Jornal da Fórum:

Olhe, isso não é nenhuma supresa para mim. Era sabido, notório e previsível que ele faria isso, era apenas uma questão de tempo. E, olhe, isso vem de anos.

Deltan tinha ciência que agia fora da legalidade, as conversas que foram divulgadas ao público, mostram isso de forma cristalina.

Em 2016, quando começou profissionalizar suas redes sociais, de modo às vezes pouco ortodoxos, ele já preparava um plano B na política. E reconheço, foi bem esperto. Posava de bom moço, de paladino da moral e do combate a corrupção, e, de forma maquiavélica, maquiava um arsenal de irregularidades cometidas pela Lava Jato.

Agora, depois dos vazamentos, depois que EU levantei o véu que encobria a chão fétido e pantanoso da operação que destruiu a economia do país e que ele viu a face vergonhosa de sua demissão se aproximando, ele aposta na prerrogativa de foro por função. Ele não quer entrar apenas na política, ele quer vestir a armadura da impunidade, que ele tanto disse criticar.

O lado bom é que, finalmente, ele resolveu fazer política na política.

Mas enfim, nada surpreende. A hipocrisia sempre foi uma marca da Republiqueta de Curitiba.

Fonte: Revista Fórum - 04/11/2021

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