sexta-feira, 13 de maio de 2022

STF forma maioria e proíbe governo Bolsonaro de divulgar “dossiê antifascistas”


O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para determinar a inconstitucionalidade da produção e da divulgação do chamado “dossiê antifascistas. A lista com as pessoas visadas saiu da Secretaria de Operações Integradas (Seopi) do Ministério da Justiça em 2020.

São mais de 400 páginas de informações pessoais de servidores federais e estaduais da área de segurança e professores universitários classificados pelos autores como “antifascistas”. O documento recebeu o aval do então ministro da Justiça, André Mendonça, atualmente integrante STF, nomeado justamente por Jair Bolsonaro (PL).

ministra Cármen Lúcia, relatora da ação, votou pela ilegalidade do dossiê, questionada na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 722, movida pelo partido Rede contra o Ministério da Justiça.

“As atividades de inteligência devem respeitar o regime democrático, no qual não se admite a perseguição de opositores e aparelhamento político do Estado”, determinou.

Cármen foi seguida pelos ministros Ricardo Lewandowski, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Edson Fachin, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e pelo presidente do STF, Luiz Fux.

Ministros ainda podem suspender o julgamento

Ainda faltavam votar Nunes Marques, outro indicado por Bolsonaro, e Gilmar Mendes. Ambos podem fazer pedido de destaque, suspendendo o julgamento realizado no formato virtual, de acordo com a RBA.

Em agosto de 2020, o plenário do STF tinha mandado o Ministério da Justiça suspender qualquer ato que pudesse reunir informações a respeito da vida pessoal, tampouco escolhas pessoais e políticas de servidores públicos e professores universitários. A decisão se refere à mesma ADPF, que agora tem o mérito julgado.

Fonte:Revista Fórum - 13/05/2022 23h:10

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