Thamires se formou em Direito (Marina Silva/CORREIO)
Um lugar onde é possível correr sem cansar, trocar o corte de cabelo em um click e encontrar amigos sem sair de casa: esse é o Metaverso. Nesse mundo de 'realidade virtual', foi onde a recém-formada em Direito pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), Thamires Figueiredo, 23, defendeu o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). A escolha criativa exigiu esforço, mas resultou em um marco histórico e acadêmico: a baiana tornou-se a primeira estudante de graduação no Brasil a defender uma monografia no Metaverso. A reportagem do CORREIO não identificou nenhum caso público similar.
“Foi muito bom porque reafirmou que a academia é ambiente para se arriscar. Me senti mais imersiva, parecia que eu estava ali. Foi super divertido. Não sabia que estava fazendo algo novo, não imaginei que iria gerar repercussão que gerou. [Agora] estou ajudando outros acadêmicos a também fazer apresentações no Metaverso”, comemora. A apresentação contou com imersão dos integrantes da banca e plateia virtual composta por amigos e familiares da graduanda. Todos em forma de avatar.
Orientador de Thamires, o advogado e professor da Ufba, João Glicério, conta que a ideia de usar o Metaverso veio do uso de outras plataformas, como Meet e Zoom, usadas nas aulas de ensino online. “Se utiliza plataformas de comunicação remota porque não utilizar o Metaverso? É também uma forma de comunicação e interação entre as pessoas”, relaciona.
Com título “Tutela à Propriedade Intelectual nas Transações de NFTs: Uma Análise Jurídica e Prática”, o TCC de Thamires discorre sobre como NFTs (tokens não fungíveis em português), representações digitais de um ativo real, contribuem como registro de autenticidade e unicidade, sobretudo, no Metaverso.
Apesar de inicialmente a área do direito não encaixar com a da tecnologia, o professor Glicério defende que ambas estão mais unidas que nunca. “O direito tem passado por grandes transformações: digitalização de processos, audiências por videoconferência. O tema de Thamires não [diretamente] Metaverso, mas é tema de direito digital, que sempre me interessou muito”, relaciona.
História
“Quero mostrar para todo mundo que é fácil estar no Metaverso. meu objetivo é fazer com que pessoas entendam que é simples”, afirma.
“Pode ser um jogo em que você assume o papel de um piloto de Fórmula 1, sentindo desde o ruído dos motores às sensações da força em cada curva. Mas também pode ser algo mais simples. A meninada já faz isso usando jogos como Minecraft, quando interagem uns com os outros usando avatares”, exemplifica.
"No mundo virtual do Metaverso as pessoas poderão interagir e realizar qualquer atividade, trabalhar, jogar, fazer compras, se divertir. O Metaverso vai chegar num ponto em que o mundo real e o virtual deixarão de existir separadamente e se tornarão uma coisa só", especula o CEO na empresa de games e realidade aumentada MOOVInova - Tecnologia e Inovação, Jai Souza.
O acesso depende do recurso utilizado, em casos de jogos online basta conexão à internet e um perfil autenticado no servidor. Em ambientes de realidade virtual, porém, pode ser necessário o uso de equipamentos mais sofisticados.
Fórum Agenda Bahia vai debater Metaverso
Depois de dois anos realizado apenas no formato digital, o Fórum Agenda Bahia vai ocorrer de forma híbrida em sua edição de 2022, que vai acontecer no dia 18 de outubro. Os participantes terão as modalidades presencial e online. A 13ª edição do evento, que é promovido pelo jornal CORREIO e reúne especialistas, empresários, empreendedores e atores sociais, vai debater diversos temas relacionados à inovação, empreendedorismo e tecnologia, incluindo a adaptação ao Metaverso. O tema central do ano é ‘Os Desafios do Agora’.
O Fórum acontecerá no Wish Hotel, no Campo Grande, das 9h às 18h30, e também terá transmissão online ao vivo. Os ingressos já podem ser adquiridos de forma gratuita através da plataforma Sympla.
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