domingo, 14 de maio de 2023

Após quebra de sigilo de Cid, PF vai rastrear recursos financeiros de Michelle Bolsonaro

 (crédito:  Andre Ribeiro/Futura Press/Estadão Conteúdo)

(crédito: Andre Ribeiro/Futura Press/Estadão Conteúdo)

Conversas entre o então ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, e assessoras, mostrariam a existência de uma orientação para o pagamento em dinheiro vivo de despesas da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. As conversas foram interceptadas pela PF por meio da quebra de sigilo das comunicações de Mauro Cid — preso em 3 de maio por suspeita de fraudar certificados de vacina da covid-19 —, e ocorreram por meio de áudios enviados por um aplicativo de mensagens. A informações foram publicadas pelo portal UOL.

De acordo com relatório da PF, os diálogos revelam a existência de uma "dinâmica sobre os depósitos em dinheiro para as contas de terceiros e a orientação de não deixar registros e impossibilidades de transferências". Para a PF, isso é um indicativo de desvios de recursos públicos para a quitação dessas despesas.

A investigação também detectou que Michelle usava um cartão de crédito vinculado à conta de uma amiga, Rosimary Cardoso Cordeiro, que era assessora parlamentar no Senado. A PF detectou depósitos em dinheiro vivo para Rosimary com o objetivo de custear as despesas com o cartão de crédito, tentando ocultar a origem dos recursos.

A investigação indicou que duas assessoras da então primeira-dama, Cintia Borba Nogueira e Giselle dos Santos Carneiro da Silva, conversaram entre si e com Mauro Cid manifestando preocupação sobre irregularidades no pagamento de despesas de Michelle. Nas mensagens, Mauro Cid mostrava preocupação que a prática fosse caracterizada como um esquema de rachadinha, uma vez que não havia comprovação da origem dos recursos. Ele ainda diz que o caso "é a mesma coisa do Flávio (Bolsonaro)", denunciado sob acusação de peculato pelo MP do Rio de Janeiro.

Além disso, a investigação mostrou que uma empresa com contratos públicos na gestão de Jair Bolsonaro foi a origem de série de transferências a um militar da Ajudância de Ordens da Presidência da República, que fez saques em dinheiro vivo para pagar despesas de um cartão de crédito usado pela então primeira dama, Michelle Bolsonaro, em pelo menos três ocasiões. O militar, o segundo-sargento Luis Marcos dos Reis, também teria feito ao menos 12 depósitos em dinheiro na conta de uma tia da então primeira-dama.

De acordo com as investigações, os pagamentos teriam ocorrido, pelo menos, até julho de 2022. A defesa de Jair Bolsonaro e Michelle negou enfaticamente as acusações.

Fonte:Fernanda Strickland/Correio Braziliense c/adaptações 14/05/2023

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