Um áudio divulgado pela Folha nesta quarta-feira (8) mostra Leonardo Avalanche, presidente nacional do PRTB – partido do “coach” bolsonarista e candidato à prefeitura de São Paulo Pablo Marçal -, revelando ter conexões com o Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa do Brasil. Na gravação, feita em fevereiro deste ano, o político menciona vínculos com membros da facção durante uma conversa com Thiago Brunelo, filho de um dos fundadores do partido.
A reunião ocorreu em um restaurante de beira de estrada em São Paulo, durante um período de disputas internas pelo controle do PRTB. Avalanche se refere no áudio a um de seus motoristas como aliado de Francisco Antonio Cesário da Silva, conhecido como Piauí, ex-chefe do PCC na favela de Paraisópolis, Zona Sul da cidade.
Ele também afirma ter sido o responsável pela soltura de André do Rap, líder do PCC libertado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2020. “Eu sou o cara que soltou o André [do Rap]… Esse é o meu trabalho”, declara Leonardo Avalanche, sugerindo um envolvimento discreto em atividades de grande influência.
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A gravação foi confirmada por várias pessoas envolvidas na reunião, embora o político tenha negado a veracidade do áudio, alegando que pode ter sido manipulado por tecnologias artificiais. “Não sei de quem são essas vozes… Não tenho motorista… sem lógica motorista ser voz de chefe… terceira fake news”, disse em sua defesa.
Além das alegações de vínculos com o PCC, outro episódio liga o PRTB à facção criminosa. Tarcísio Escobar, que foi presidente do partido em São Paulo por três dias no início da gestão de Avalanche, foi indiciado por associação ao tráfico e organização criminosa em uma investigação envolvendo a facção. Escobar nega qualquer envolvimento com o grupo criminoso e afirma ser vítima de perseguição.
No áudio, Avalanche também menciona ter influência sobre decisões políticas e judiciais em Brasília, alegando contatos com figuras de destaque como o ex-presidente Michel Temer e o ministro do STF Alexandre de Moraes. Ele ainda afirmou que o empresário Eike Batista o busca no aeroporto quando viaja ao Rio de Janeiro e que teria contatos diretos com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
FONTE: DCM/reprodução - 08/08/2024 - 16h:30
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