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Condenado a 20 anos e dez meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa, e réu em outra ação penal da Operação Lava Jato, o ex-ministro José Dirceu aproveitou uma audiência diante de Sergio Moro na Justiça Federal em Curitiba nesta sexta-feira para apelar às emoções do magistrado. Ao final de sua oitiva, em que negou ter recebido propina de contratos da Apolo Tubulars com a Petrobras e julgou a denúncia do Ministério Público como “completamente inepta”, Dirceu disse que gostaria de fazer colocações finais e afirmou que “gostaria de pleitear o direito que eu considero que eu tenho, de responder esse processo em liberdade”.
Moro lembrou a Dirceu que o processo em que ele tem uma condenação e um mandado de prisão preventiva é outro, sobre recebimento de propinas da Engevix, mas o ex-ministro insistiu. “Não é crível que alguém acredite que eu vou fugir ou obstruir a Justiça ou muito menos que sou uma ameaça à ordem pública na situação em que eu estou, preciso sair para trabalhar para sustentar minha filha que tem seis anos de idade”, apelou José Dirceu.
O petista prosseguiu, dizendo que “o Supremo diz que a condenação para cumprir pena é a segunda instância, suponho que na primeira instância eu possa pleitear ao senhor a minha liberdade”. Acabou ouvindo de Moro que as provas que levaram à sua condenação “mostram que o senhor recebeu propina inclusive enquanto estava sendo julgado na ação penal 470”.
José Dirceu retrucou, enumerando suas razões e garantindo que não busca “piedade de ninguém”. “Tenho mais de 70 anos, tenho uma filha menor, preciso trabalhar, a realidade da minha família toda é de dificuldade financeira. Não estou dizendo isso para ter piedade de ninguém, a responsabilidade é minha pelo que aconteceu, estou dizendo isso que são fatos objetivos, para não passar à opinião pública a ideia de que eu tenho renda, sou rico.”
Após ouvir do petista o apelo final, “deixa eu responder em liberdade meu processo pra eu tocar minha vida”, Moro ponderou que Dirceu tem um advogado “competente”, que buscaria sua liberdade nas instâncias recursais.
fonte:Veja
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