
foto:reprodução
O ex-presidente Lula usou parte de seu discurso em evento no Rio na
noite desta terça-feira (16) para atacar o desembargador Carlos Eduardo
Thompson Flores Lenz, presidente do TRF4, tribunal que julgará o petista
em segunda instância.
Lula disse que Flores é bisneto do coronel
que ordenou a invasão de Canudos, na Bahia, no final do século 19, e que
resultou na morte do líder local Antônio Conselheiro.
"Esse
cidadão é bisneto do general que invadiu Canudos e matou Antônio
Conselheiro. Talvez ele ache que eu seja cidadão de Canudos", disse
Lula.
Segundo o site do TRF4, o desembargador é trineto do coronel
Tomás Thompson Flores, que teve atuação destacada na Guerra dos
Canudos, quando foi o comandante de uma das tropas do Exército
Brasileiro enviada para o interior da Bahia.
O presidenciável
discursou em evento organizado em apoio a permanência de sua
candidatura, no teatro Oi Casagrande, no Leblon, zona sul do Rio. Lula
falou a uma plateia de artistas e intelectuais. O teatro, com 976
lugares, estava lotado.
A menção a Flores ocorreu depois que Lula
disse que não faria críticas aos juízes de Porto Alegre, justamente
porque não os conhecia. O ex-presidente disse achar estranho que em seis
dias Flores tenha alegado ter conseguido ler todas as páginas do
processo.
"Eu acho estranho um juiz dizer que não leu a sentença do Moro, mas dizer acreditar que ela é irretocável", disse.
Lula
criticou ainda o juiz Sergio Moro, que o condenou por lavagem de
dinheiro e corrupção passiva no caso do triplex a seis anos e seis meses
de prisão. Também direcionou críticas aos procuradores e delegados da
Lava Jato que atuaram especificamente nas investigações do inquérito que
o ex-presidente faz parte. Ele chegou a dizer que eles mereceriam ser
exonerados.
Lula também aproveitou para criticar a imprensa e a
chamada elite brasileira que, segundo ele, teria proporcionado o que ele
considerou como golpe contra a presidente Dilma Rousseff.
Ele
aproveitou para criticar o deputado Jair Bolsonaro (PSC), que está em
segundo lugar nas pesquisas de opinião. Segundo Lula, depois de incitar a
oposição contra Lula e Dilma, a imprensa teria criado o ambiente para o
surgimento da candidatura de Bolsonaro.
"Será que depois que eles
extirparam os 'tumores' que eram eu e Dilma eles não pensaram que ia
surgir uma coisa como o Bolsonaro.", questionou.Lula comentou as reportagens sobre Bolsonaro.
"O Bolsonaro vai agora comer o pão que o diabo amassou. A mídia vai fazer com ele o que tentou fazer comigo durante anos sem encontrar nada", disse.
Entre os atores presentes estavam Osmar Prado, Herson
Capri, Bete Mendes, Cristina Pereira, Tonico Pereira, Gregório Duvivier,
Dira Paes, Chico Dias e Mônica Martelli. O ator Antônio Pitanga foi
acompanhado de sua mulher, a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ).
Também
participaram do evento os sambistas Noca da Portela e Beth Carvalho,
que compareceu de cadeira de rodas em razão de um problema de saúde. A
escritora Conceição Evaristo, a filósofa Marcia Tiburi, e o escritor
Eric Nepomuceno também participaram.
O coordenador-geral do MTST
Gulherme Boulos, o produtor de cinema Luiz Carlos Barreto e diretor
teatral Aderbal Freire Filho estiveram no evento, assim como o
ex-prefeito do Rio Saturnino Braga.
O ex-ministro Celso Amorim foi
ovacionado pela plateia que cantou "Eô eô, Amorim governador", num
sinal de que haveria apoio a uma eventual candidatura do ex-chanceler
para o governo do Estado do Rio.
A presidente do PT, Gleisi Hofman, sentou-se ao Lado de Lula no palco.
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