quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Feira: A ex-mulher de advogado é presa acusada de mandar matá-lo


Polícia prende mulher acusada de mandar matar advogado; corpo foi encontrado em Santo Amaro


foto:reprodução
A ex-mulher do advogado Júlio Zacarias Ferraz, 43 anos, Gláucia Mara Ottan Machado Ferraz, foi presa, na manhã desta quinta-feira (14), acusada de mandar matá-lo, por motivos relacionados ao divórcio. Também foi presa a empregada da acusada, Maria Luiza Borges do Carmo, 27, que relatou à polícia todos os detalhes de como o crime foi praticado. Esta é acusada manter contato com os matadores que dividiram a quantia de 4 mil reais para assassinar o advogado.
Júlio Zacarias ficou desaparecido por cerca de 15 dias e o corpo foi encontrado e identificado em Oliveira dos Campinhos, na zona Rural de Santo Amaro, depois que familiares perceberam seu sumiço e procurou a polícia para investigar o que aconteceu. (Relembre aqui)
Aos policiais a empregada informou que estava sendo ameaçada pela patroa e que ele foi dopado pelos matadores.
“Ela me ameaçou muito para executar, disse já não aguentava mais ele, que já estava cansada e queria se separar dele, só que ele não queria dar o divórcio para ela. Eles [os matadores] não são daqui, estavam a serviço. Ele já estava desaparecido no dia 15, no dia do aniversário do filho. Primeiro ele foi cegado com uma substância, aí depois “os cara” levaram ele primeiro para um quartinho, pra ele ficar sedado, aqui em Feira, [e depois levaram ele para Santo Amaro]”, contou.
Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade/reprodução
A empregada disse que não estava perto do advogado quando ele foi morto, mas ouviu Júlio pedindo socorro e dizendo que já desconfiava de que Glaucia queria matá-lo.
Maria Luiza disse que trabalha na casa dos dois há quase um ano e que o relacionamento deles era conturbado e que ela pediu a separação.
“Ela ficava brigando com ele (...) e ele não aceitava a separação. Ela botava ele pra fora de casa várias vezes, chamava a polícia e tudo. Mas é mentira dela e invenção que ele a estuprou. Ele nunca faria isso. Ela pagou dois mil pra cada matador. Eu só sei que não tenho nada a ver com isso, quem tem haver é ela, porque quem praticou todo o crime foi ela, e não fui eu. [O que eu fiz] foi com medo, ela ameaçou matar o meu pai e por tanto amor que tenho ao meu pai eu não queria que acontecesse nada de ruim, nem com meu pai, nem com minha família”, declarou afirmando que não recebeu nenhum pagamento da patroa para manter o contato com os matadores.
Na delegacia Gláucia disse que a empregada tem problemas mentais . Ela disse também que queria fugir da vítima e que tinha medida protetiva contra ele. "Ele me agredia o tempo todo, ele teve duas prisões em flagrante. Estamos separados desde 2012 [mas não estávamos divorciados]. Eu queria o divórcio, mas não conseguia, porque eu nunca sabia onde ele morava”, informou.
As investigações
A investigação do homicídio foi realizada pela Polícia Civil de Santo Amaro e Feira de Santana de forma paralela, por meio de uma força-tarefa que contou inclusive com o apoio da Polícia Federal.
Segundo o advogado David Lopes, uma denúncia apontou a empregada de Glaucia como alguém que poderia ter informações sobre as brigas que ocorriam entre o casal, inclusive sobre a intenção de mata-lo.

“Diante dessa informação, fomos até a empregada, Maria Luiza, e a mesma em seu interrogatório confessou todo o crime (...), deu todas as coordenadas de como o crime deveria ser cometido. A gente ainda está levantando a identificação dos autores e assim que forem identificados e localizados, serão também apresentados e presos. Todos os elementos levantados até então na investigação, levam a essa conclusão, de que a Glaucia em função da questão patrimonial, das brigas que ela tinha constantemente com o Sr. Júlio, em função da discordância que eles tinham com relação ao divórcio, ela veio a praticar esse crime com auxílio de Maria Luiza e os outros dois indivíduos que também cometeram o crime”, informou o delegado ao Acorda Cidade.
O delegado disse também que a riqueza de detalhes do depoimento da empregada fez a polícia acreditar na versão dela.
“Ela narra com detalhes, inclusive, ela traz fatos a investigação que só a polícia sabia e ninguém mais sabia, mostra todo o envolvimento que ela teve no caso e todo momento que Glaucia também teve”, destacou.
Acusada usou simbolo do TJ-BA indevidamente
Foto: TJ-BA
A acusada é natural do Rio de Janeiro e funcionária pública estadual. Em julho de 2018 ela foi flagrada furando fila em um posto de gasolina em Feira de Santana, durante a greve dos caminhoneiros e um vídeo viralizou nas redes sociais. Na ocasião Gláucia estavava usando um carro da mãe, com o símbolo do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). O veículo foi apreendido. (Relembre aqui)
fonte:Acorda cidade/reprodução 14/02/19 - 16:15min

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