segunda-feira, 27 de maio de 2019

Presidente de gigante chinesa aumenta o tom com Trump após boicote a Huawei

Presidente de gigante chinesa aumenta o tom com Trump após boicote a Huawei

foto:reprodução


O fundador da Huawei, Ren Zhengfei, adotou um tom desafiador a Donald Trump após o presidente americano promulgar uma ordem executiva que proíbe transações que "apresentem riscos inaceitáveis" para os Estados Unidos da América. A ação atingiu em cheio a companhia chinesa acusada de espionagem.

"Os EUA nunca compraram produtos de nós. Mesmo que eles queiram nossos produtos no futuro, talvez eu não os venda. Não há necessidade de negociação, eu vou ignorar Trump e, depois, ignorar quem ele pode negociar com. Se ele me ligar, eu posso nem atender. Ele nem tem meu número. Eu vejo os tuítes dele e acho engraçado, pois são contraditórios", disse Ren em entrevista à Bloomberg. 

De acordo com levantado pelo jornal Folha de S.Paulo, as sanções americanas a Huawei fazem parte da guerra comercial entre os dois países, que se intensificou no último mês. Trump, inclusive, teria admitido que a companhia pode ser uma moeda de troca em um possível acordo. Após anunciar a proibição de importações da companhia chinesa, o governo americano adiou a medida em três meses. 

Perguntado sobre quanto tempo a empresa pode aguentar sem transações com os Estados Unidos, o presidente da Huawei adotou um tom de incerteza.

"Temos um plano de contingenciamento para o motor do avião, para o tanque de gasolina, mas não para as asas. Precisamos revisar toda a operação para reparar esses problemas. Você pode voltar em dois a três anos para ver se ainda existimos. Se não, traga uma flor para colocar no nosso túmulo. [..] Não estamos apenas atrás de crescimento ou lucro. Para nós, é bom o suficiente apenas sobreviver", declarou Ren.

A filha mais velha de Ren e vice-presidente financeira da Huawei, Meng Wanzhou, cumpre prisão domiciliar no Canadá desde dezembro. Ela é acusada de roubo de segredos comerciais, obstrução da justiça e apoio a bancos para desvio das sanções ao Irã. Após a detenção, Trump disse à Reuters que interviria no caso contra Meng se isso ajudasse a fechar um acordo comercial com a China.?

GIGANTE CHINESA

?A Huawei é a número dois no mundo em smartphones e líder da tecnologia 5G (a quinta geração de tecnologia móvel). A companhia teria uma vantagem de dois anos frente à concorrência na tecnologia 5G. 


Com as sanções, a dianteira pode ser perdida."Se desacelerarmos, é porque a asa do avião tem muitos buracos. Então a concorrência pode nos alcançar. Mas vamos continuar arrumando esses buracos para voar rápido de novo", afirma Ren.

Há pedidos na China de uma retaliação à Apple, mas Ren discorda. "Isso não vai acontecer, mas, caso aconteça, serei o primeiro a protestar. A Apple é uma líder mundial, sem ela, não teríamos internet móvel. Se Apple não nos mostrasse esse mundo, não veríamos sua beleza. Apple é minha professora. Como estudante, por que me oporia à minha professora? Eu jamais faria isso", afirma.

O fundador ainda diz que a projeção da companhia, mesmo com as restrições, é de crescimento. 

fonte:Bnotícias 27/05/19 -15h:55min.

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