Famosa por participação na CPI, Luana Araújo diz que não se pode desprezar a morte de crianças
A infectologista Luana Araújo, famosa após participação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, criticou as recentes declarações do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que minimizam a morte de crianças por Covid-19.
Segundo Luana, que chegou a ser anunciada como secretária da pasta, mas não assumiu o cargo, diz que não existe uma taxa aceitável de mortalidade infantil e lembrou que até agora o coronavírus matou do que todas as outras "doenças imunopreviníveis somadas".
Atualmente, há uma discussão pela inclusão de crianças de 5 a 11 anos no PNI (Plano de Nacional de Imunização).
“Ciência mal feita é achismo. […] Essa declaração é profundamente infeliz. Ela não só não leva em consideração as evidências científicas, como também mostra um profundo desconhecimento dos números do próprio país. A gente tem aí mais de 2 mil crianças que faleceram nos últimos dois anos em decorrência da Covid, o que significa um número maior do que todas as outras doenças imunopreviníveis somadas. Não existe patamar aceitável de óbito de criança. É cruel e absolutamente desconectado da realidade", disse Luana em entrevista à CNN Brasil.
Sobre a necessidade de submeter a vacinação infantil de 5 a 11 anos a uma consulta pública, Luana diz que é não tem fundamento, uma vez que o assunto já foi tratado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Em um procedimento pouco comum, o governo decidiu submeter à consulta mesmo com o aval do órgão. Em entrevista nesta quinta-feira (23), Queiroga se irritou com as perguntas sobre o assunto e disse que os "leigos" que devem participar da discussão são os "pais e mães que têm o direito de opinar" sobre a vacinação de seus filhos.
NOMEAÇÃO
Durante depoimento à CPI da Covid, Luana explicou a confusão relacionada à sua nomeação na Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à doença no Ministério da Saúde. Segundo a médica, ela foi avisada por Queiroga que o seu nome havia sido barrado pelo general Braga Netto, que comandava a Casa Civil.
"Não foi dada justificativa para a minha saída", explicou a infectologista, atacada nas redes sociais após ter se posicionado contra a cloroquina no tratamento da Covid-19.
Luana disse que só teve contato no Ministério da Saúde com Queiroga e com secretários próximos do ministro, mas não teve nenhum encontro com outra pessoa ou com o próprio ministro Jair Bolsonaro.
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