O rascunho da carta de demissão entregue por Milton Ribeiro ao presidente Jair Bolsonaro indicava que o agora ex-ministro da Educação pretendia assumir novamente o cargo no futuro. Segundo apuração do Estadão, que teve acesso a diferentes versões da carta, Ribeiro havia escrito, inicialmente, que sua saída da pasta era, na verdade, um “até breve”. O trecho foi suprimido na versão final.
"Não me despedirei, direi um até breve, pois depois de demonstrada minha inocência estarei de volta", escreveu Ribeiro na primeira versão do texto. Na carta que foi entregue, porém, a frase foi substituída por esta: “Agradeço e despeço-me de todos que me apoiaram nesta empreitada".
O texto final manteve a alegação de inocência: “Tenho plena convicção que jamais realizei um único ato de gestão na minha pasta que não fosse pautado pela correção, pela probidade e pelo compromisso com o erário. As suspeitas de que uma pessoa, próxima a mim, poderia estar cometendo atos irregulares devem ser investigadas com profundidade”, escreveu.
Ribeiro entregou o cargo após uma série de reportagens do Estadão revelar a existência de um gabinete paralelo no MEC. Dois pastores, Gilmar Santos e Arilton Moura, interferiam na agenda do ministro e levavam demandas de municípios até ele. Em troca, segundo prefeitos, cobravam propina em dinheiro e até em ouro.
Fonte: ESTADÃO - 29/03/2022 - 09h:25
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