quinta-feira, 9 de março de 2023

Caso das joias: ex-chefe da Receita pressionou servidores por WhatsApp

Governo Bolsonaro tentou trazer de forma ilegal para o Brasil um conjunto de joias avaliado em 3 milhões de euros (R$ 16,5 milhões)
Reprodução - 06.03.2023 - Governo Bolsonaro tentou trazer de forma ilegal para o Brasil um conjunto de joias avaliado em 3 milhões de euros (R$ 16,5 milhões)

O ex-chefe da Receita Federal, Julio Cesar Vieira Gomes , utilizou o aplicativo de mensagem WhatsApp para pressionar os servidores públicos a liberarem o conjunto de joias avaliado em R$ 16,5 milhões, apreendido na alfândega do Aeroporto de Guarulhos durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) . Os acessórios seriam destinados a Michelle Bolsonaro .  

Segundo o jornal Estado de São Paulo, os servidores denunciaram uma série de vezes em que Gomes pressionou diversos departamentos por meio de mensagens de texto, telefonemas e e-mails sobre as joias.

Em áudio, Gomes pediu a um servidor que acessasse outro departamento da Receita - a Coordenação-Geral de Programação e Logística (Copol) - e passasse o contato dele para o responsável da área, justificando que precisaria explicar o caso da retenção por se tratar de algo que "faz parte do gabinete pessoal" da Presidência da República. "Existe um gabinete pessoal, é um órgão que ele criou", diz o ex-chefe da Receita.

Gomes tentava convencer os servidores de que os diamantes estavam regularmente legal e driblar a detenção dos acessórios.

"Eu te liguei agora, não precisa me retornar, não. Mas passa meu telefone, por favor, para o... Pô, eu sei que o sobrenome dele é (Gomes diz o sobrenome do servidor), que é da Copol, e que passou a informação lá para o (Gomes cita o nome do delegado da Receita), lá de São Paulo, dizendo que tem que ser o secretário de Administração da Presidência para assinar o ofício no caso de doação. Eu preciso explicar para ele que não é isso. Que é outra coisa", diz Gomes.

E continua: "É um outro órgão, outra unidade separada da Presidência da República como um todo. É um outro órgão chamado acervo histórico e pessoal. Faz parte do gabinete pessoal da Presidência da República. É um órgão lá dentro que ele criou. Tem um decreto, que ele criou. E o responsável por isso daí é quem assinou o ofício, eu vou mandar o decreto".

Fonte:Portal IG c/adaptações 09/03/2023

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