Uma oficial de justiça denunciou ter sido violentamente agredida por um sargento da Polícia Militar enquanto trabalhava na tarde deste sábado (8/3), Dia Internacional da Mulher, em Ibirité, na Grande BH. Em entrevista ao Estado de Minas, Maria Sueli contou que o suspeito lhe deu uma cabeçada e um soco no rosto. Devido às agressões, ela precisou ser hospitalizada.
A oficial relatou que foi cumprir um mandado rotineiro no Bairro Novo Horizonte quando a situação aconteceu. Ela perguntou pela pessoa intimada, e foi quando o sargento da PM se apresentou. Durante a diligência, ele afirmou que, na verdade, a pessoa que a oficial procurava era outra e apontou para um homem que seria, supostamente, seu enteado.
Maria Sueli explicou que questionou o motivo de o sargento ter dado uma informação errada e disse que isso não poderia ser feito a um oficial de justiça. "Acho que, por ele ser militar, ele não gostou de ser questionado", afirmou.
Na sequência, conforme relatou a oficial, o sargento começou a se tornar agressivo e a se aproximar muito dela. Foi quando Maria disse que, caso fosse agredida, poderia chamar uma viatura da polícia. "Foi quando ele se aproximou e disse 'toma aqui sua viatura' e me deu uma cabeçada no rosto", relata.
A oficial contou que, logo depois, ele disse que aquilo "é só lesão corporal, não dá nada pra mim" e deu um soco no rosto dela, fazendo-a cair no chão atordoada. Ainda em seu relato, Maria Sueli disse que se levantou e ligou para o marido, que é major da PM, pedindo que ele enviasse uma viatura para o local. Foi quando o sargento fugiu, sendo encontrado horas depois durante diligências do 48º BPM, onde teria sido detido.
Devido às agressões, a oficial precisou ir ao hospital, onde passará por exames para verificar se sofreu algum trauma, como fratura no nariz. No momento em que conversou com a reportagem, enquanto aguardava para ser atendida por um ortopedista, Maria Sueli disse que sentia muita dor, além do nariz e rosto inchados. "Além da dor física, psicologicamente estou um caco. Não sei como vou fazer para voltar a trabalhar", afirmou.
Maria, que atua como oficial de justiça desde 2006, conta nunca ter passado por uma situação parecida com esta. "Sempre conduzo minhas diligências de modo firme, mas com calma. É raro eu precisar acionar uma viatura; geralmente, resolvo sozinha. Nunca imaginei passar por uma situação como essa", desabafa.
Sobre ter sofrido a agressão enquanto trabalhava, justamente no Dia Internacional da Mulher, a oficial diz que deseja dar visibilidade ao caso para que não se repita — nem com ela, nem com outras colegas de profissão. "Acho que é um caso que deve ser relatado para que não volte a acontecer. Temos muitas oficiais mulheres em risco de sofrer agressões assim no dia a dia", relata.
A reportagem entrou em contato por e-mail com a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e aguarda retorno.
Fonte: O ESTADO DE MINAS - 09/03/2025
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