quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Malafaia reclama a Bolsonaro sobre Valdemar em áudio sobre Fábio Wajngarten


                                                                  foto:Isac Nóbrega


O relatório final da Polícia Federal amplia a lista de episódios que revelam os bastidores da relação entre Jair Bolsonaro, seu entorno político e a direção do PL. Em 16 de julho de 2025, o pastor Silas Malafaia enviou uma mensagem de voz em que reclama diretamente a Bolsonaro sobre a postura de Valdemar Costa Neto, presidente da legenda. “Até hoje não resolveu o problema do Fábio”, disse Malafaia, em referência ao impasse sobre a situação de Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação do governo e aliado próximo do ex-presidente.

Esse embate não é novo. A própria permanência de Wajngarten no PL já havia sido alvo de conflito interno. A sua saída do partido ocorreu após um pedido expresso de Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, em meio à revelação de mensagens de WhatsApp que expuseram divergências sobre a possibilidade de Michelle disputar a eleição presidencial de 2026. 

Nas conversas, Mauro Cid ironizou a hipótese de sua candidatura, e Wajngarten respondeu que não apoiava Michelle e que acreditava que os filhos de Bolsonaro também não veriam seu nome como viável. O episódio, revelado pelo UOL, escancarou um racha dentro da direita.

As trocas de mensagens ocorreram em janeiro de 2023, meses antes de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarar Jair Bolsonaro inelegível. Ali, Wajngarten chegou a cogitar o nome de Silas Malafaia para uma eventual disputa presidencial: “Vou meter o Malafaia. Pode escrever”, disse. A frase revelava não apenas sua falta de apoio a Michelle, mas também a tentativa de buscar uma alternativa de fora do núcleo tradicional do bolsonarismo para enfrentar Lula e a esquerda.

Veja o áudio de Malafaia

Malafaia

Áudio de Malafaia no relatório final da PF (Foto: Reprodução)

A fala de Malafaia, dois anos depois, ganha relevo justamente nesse contexto. O pastor aparece não só como conselheiro político, mas também como defensor da volta de Wajngarten às fileiras do PL. Para a PF, a reclamação mostra como os aliados viam Bolsonaro como mediador indispensável para resolver impasses internos e como as tensões entre Valdemar e figuras próximas ao ex-presidente refletiam a dificuldade de manter coesa a base bolsonarista.

O caso de Wajngarten ilustra como a disputa dentro do PL se conecta ao debate mais amplo sobre a sucessão de Jair Bolsonaro em 2026. Michelle, que tenta se consolidar como alternativa política, tornou-se pivô da cisão com o marqueteiro, enquanto Malafaia e outros aliados pressionam por sua reabilitação. Ao mesmo tempo em que Bolsonaro e seus filhos travavam embates jurídicos e políticos contra o STF, havia uma batalha paralela dentro do partido sobre quem ocuparia espaço e influência na corrida pelo futuro do bolsonarismo.


Fonte: ICL NOTÍCIAS - 21/08/2025 22h


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