segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Rio: Homem que matou servidoras do Cefet teria mais 50 balas, relatam testemunhas


                                              As funcionárias do Cefet Layse e Allane que morreram baleadas — Foto: Fotos de reprodução


Em choque, amigos e parentes se despediram ontem da psicóloga Layse Costa Pinheiro e da pedagoga e cantora Allane de Souza Pedrotti Matos, mortas sexta-feira por um colega de trabalho dentro do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet), no Maracanã. A deputada estadual Elika Takimoto (PT), professora da escola licenciada desde 2022, esteve nos velórios e, abalada, afirmou não saber como será o retorno dos docentes e alunos ao centro. Segundo ela, colegas que presenciaram a tragédia relataram que João Antônio Miranda Tello Gonçalves, o atirador, tinha ao menos mais 50 projéteis na mochila, além de um histórico de atitudes agressivas com mulheres. Procurada, a Polícia Civil não passou informações sobre a investigação.

— Esse caso envolve uma questão social muito séria que é a misoginia. A gente tem relatos de diversos servidores do Cefet descrevendo o atirador como uma pessoa violenta no trato com as mulheres, ríspido. Mesmo que houvesse catracas ou detectores de metais, ele poderia ter feito o que fez, porque já estava decidido a isso. Se não fosse na escola, poderia ser fora dela. Disseram até que foram encontradas mais de 50 munições nas coisas dele. Não estamos alheios a crimes como esses, comuns em países como os EUA. E como voltar à instituição depois de uma tragédia dessa? Todos estão abalados — disse a deputada.

Afastamento de 60 dias

Nas redes sociais, a cantora Elisa Maia, amiga de Allane, questionou o retorno de João Antônio ao trabalho na unidade. Ele estava afastado havia 60 dias por acusar uma colega de perseguição — um processo administrativo foi aberto e concluiu que a situação não existia. “Por que ele voltou ao trabalho? Onde está o nome do psiquiatra que deu o laudo para ele voltar ao trabalho?”, escreveu ela. Após atirar nas duas vítimas, João Antônio se matou.

A irmã de Allane, Alline Algaravia, usou as redes para fazer um apelo: “A minha irmã era uma pessoa cheia de sonhos, batalhadora, trabalhadora... Orem e rezem por ela, para ela fazer uma boa passagem, e a luta das mulheres continua. Eu estou me mantendo forte pela minha sobrinha. Eu conto muito com o carinho e amor das pessoas próximas, porque eu vou precisar”. Allane deixa uma filha de 13 anos.

O enterro de Allane foi no Cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, e o de Layse, no São João Batista, em Botafogo.


Fonte: Extraonline - 01/12/2025

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