Desde
a semana passada, os órgãos de inteligência da polícia fluminense
vinham reunindo informações de que a quadrilha do traficante Celso
Pinheiro Pimenta, o Playboy, estava se preparando para invadir o
Complexo da Maré. O último informe obtido pela Polícia Federal indicava
que o ataque seria neste domingo, depois das comemorações do Dia dos
Pais. Com a morte do traficante - ontem, num confronto no Morro da
Pedreira - o plano foi abortado temporariamente. Mas o terror, não. Nas
redes sociais, criminosos já gravaram áudios e postaram mensagens de
vingança, prometendo caçar policiais nas ruas da cidade. Na rede
whatsapp, uma gravação fala em matar 50 policiais em represália à ação
que resultou na morte de Playboy - ou Menino Maluquinho, como vinha
sendo chamado recentemente.
Na página Vulcão da Pedra HD, que traz
notícias da região do Complexo da Pedreira, que o criminoso dominava, as
mensagens de luto tiveram milhares de curtidas. Numa delas, os bandidos
avisaram: "Vida se paga com vida. Tá aberta a temporada pra caça (sic)
polícia". "A morte dele causa, pelo menos inicialmente, um baque na
facção (Amigos dos Amigos). E isso pode evitar que novas
invasões a outros territórios aconteçam já", diz o delegado da PF, João
Luis Araújo, sem querer falar especificamente da Maré.
O tenente-coronel
Antônio Jorge Goulart, chefe da Coordenadoria de Inteligência da PM,
também participou da entrevista coletiva realizada na Cidade da Polícia
Civil, ontem à tarde. O oficial apresentou informações sobre uma suposta
(e inédita) união de facções para esta guerra na Maré. Segundo ele,
bandidos do ADA de Playboy estariam costurando um acordo com o Comando
Vermelho para expulsar os criminosos do Terceiro Comando Puro (TCP), que
dominam a maior parte da região de 130 000 moradores. "Algumas
informações que obtivemos indicavam que eles dividiriam a Maré.
O CV
ficaria com a parte do Parque União até a Linha Amarela, e o ADA com a
parte das Vilas do Pinheiro, João, até o Caju", disse Goulart. Por ora, a
PM tomou algumas medidas para tentar evitar a reação do tráfico.
Policiais do Comando de Operações Especiais (Bope e Choque) ocuparão a
região por tempo indeterminado. Ontem, porém, em sinal de luto, o
comércio de vários bairros nos arredores foi fechado.
Fonte:Veja
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