segunda-feira, 29 de abril de 2019

Laranjas do PSL: Gráfica não funcionava há dois anos em MG, diz PF

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, participa de audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado, em Brasília.
O atual ministro do turismo era o presidente do PSL em Minas-foto:reprodução


Uma gráfica utilizada no suposto esquema de candidaturas laranja do PSL nas eleições de 2018 não funcionava há mais de dois anos, conforme investigações da Polícia Federal. A empresa, ainda segundo a PF, tinha como proprietário Reginaldo Donizete Soares, irmão de Roberto Soares, um dos principais assessores do atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, na época das eleições. 

Marcelo Álvaro foi presidente do PSL em Minas até o inicio de 2019. A sede do PSL em Minas foi alvo de buscas da PF nesta segunda-feira, 29.


Segundo o delegado Marinho Rezende, responsável pelo inquérito, essa fase da operação foca nas declarações de prestação contas de candidatas. "Investigações sobre dirigentes do partido serão feitas depois", afirma Rezende.
A operação foi batizada de "Sufrágio Ostentação".
As apurações já apontam, segundo o delegado, para possíveis irregularidades nas prestações de contas das campanhas de quatro candidatas pelo PSL à Câmara Federal e Assembleia Legislativa de Minas em 2018.
Os nomes não foram citados. Até aqui, quatro candidatas da legenda nas eleições do ano passado denunciaram à PF e ao Ministério Público montagem do esquema de candidaturas laranja pelo partido em Minas.
Todas afirmam não terem participado do esquema, que funcionaria basicamente com o desvio de recursos de fundo partidário exclusivo para candidatas para outros concorrentes na disputa, inclusive homens.
A gráfica apontada como sendo a do irmão de Roberto Soares ficava em Ipatinga, no Vale do Aço. Como a empresa não funciona mais, a PF fez busca e apreensão na operação de hoje na casa de Reginaldo Donizete Soares, em Ipatinga.
Nas investigações a PF constatou que a relação custo por voto entre as mulheres investigadas era maior que a registrada entre candidatos que venceram as eleições.
"O custo médio entre os que venceram é de R$ 10 por voto, enquanto o das candidatas do PSL era de R$ 300", afirmou o delegado Rezende. "Daí o nome 'Sufrágio Ostentação'", justificou.
A PF afirma que isso pode ser um indicador de que recursos foram utilizados para "ludibriar" o fundo eleitoral destinado para as mulheres nas eleições 2018.
Ao menos por enquanto as investigações se concentram na possibilidade de crime de falsidade ideológica, que pode dar até cinco anos de prisão. Até o momento, cerca de 40 pessoas já foram ouvidas.
O delegado disse ainda que outros partidos podem ter utilizado o mesmo 'modus operandi' para desvio de recursos. A reportagem entrou em contato com o Ministério do Turismo e aguarda retorno.
fonte:AE/Portal Terra/reprodução

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