foto:Maceió, cidade-sede da Região Metropolitana de Maceió, da qual o município de Pilar faz parte. Crédito: Wikimedia/Commons
Em um documento de seis páginas (ver link no final do post), com tabelas, análises detalhadas da situação do estado, ocupação de leitos para a covid-19, ressalvas de toda ordem, entre outras informações técnicas importantes, a Sociedade Alagoana de Infectologia recomenda a adoção do lockdown na região Metropolitana de Maceió.
O texto é, na verdade, uma resposta a uma consulta feita pela Defensoria Pública Estadual, que tem se destacado nas ações que visam a prevenção e o tratamento da covid-19.
Mas a medida – reconhecida como a mais radical no que se refere ao isolamento social e a mais difícil de ser efetivada – deve vir acompanhada de várias outras, necessárias e indispensáveis, que busquem: a melhoria do fluxo e do atendimento dos pacientes em potencial; a otimização das ações de biossegurança para os profissionais de saúde que atuam no sistema; além da transparência nas informações dos órgãos estaduais e municipais envolvidos com aquele que é o maior problema de Saúde Pública enfrentado pelo mundo nos últimos cem anos.
Eis a conclusão do documento assinado pelo presidente da Sociedade Alagoana de Infectologia, Fernando Maia:
“concluímos a partir das análises acima descritas, que há um possível benefício da aplicação de lockdow na região Metropolitana de Maceió, que compreende 13 municípios. Mas que este seja aplicado pelo menor tempo possível, e que neste intervalo todas as medidas para ajustes de protocolos e fluxos de assistência sejam adotadas, conforme recomendações anteriores desta sociedade. Que sejam ajustados disponibilidade de transporte (ambulâncias), ambulatórios especializados para atendimento inicial, unidades para pronto atendimento (UPAs e pelo menos dois prontoatendimentos em hospitais com leitos para covid-19), ampliação de leitos de enfermaria e UTI, emissão diária de relatórios fidedignos de ocupação de leitos, tanto contratualizados pelo SUS quanto privados, que se aperfeiçoe a regulação dos leitos, que se faça diuturna e ininterruptamente o monitoramento in loco da ocupação dos leitos pelas secretarias municipais de saúde. Que se intensifique as medidas de biossegurança para profissionais de saúde e que se aplique medidas de triagem sorológica destes profissionais, com a melhor técnica disponível, para detectar aqueles que já foram infectados previamente, e assim se reduza a ociosidade de leitos e déficits de atendimento por falta de recursos humanos, além de escalas de substitutos nos setores essenciais para caso de adoecimento (pronto-atendimentos, UPAs, enfermarias e UTIs, ambulatórios especializados/sentinela de síndrome gripal.
Outro aspecto de grande relevância, especialmente durante a adoção de medidas mais duras de mitigação da epidemia é a comunicação de risco público clara, ampla e eficaz, para permitir que a população-alvo tome decisões baseada em informações pertinentes à sua comunidade e do ponto de vista pessoal. A comunicação eficaz de riscos inclui o compartilhamento oportuno e transparente de todas as informações relevantes, em linguagem clara e acessível à todos, por meio de campanhas publicitárias específicas, além de comunicação rotineira institucional realizada por técnicos, especialistas e gestores, primando pela da construção de confiança e empatia com a população”.
O documento já foi encaminhado pelo defensor-geral Ricardo Melro ao secretário Estadual de Saúde, Alexandre Ayres, e o titular da pasta na capital, José Thomaz Nonô, para que eles se manifestem sobre o seu teor até a próxima-terça-feira.
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