Expulso da Polícia Militar do Paraná após condenação por indisciplina e candidato a deputado federal pelo PSL em 2018, Nilson Roberto Pessutti Filho, conhecido como Soldado Pessuti, liderou o ataque contra dois universitários angolanos, um de 26 e outro de 27 anos, em uma loja de bebidas de Maringá (PR) no sábado (7). Um dos jovens chegou a perder a consciência após sofre um mata-leão e foi arrastado para fora do comércio.
Nas redes sociais, o ex-PM, apoiador de Jair Bolsonaro desde a campanha eleitoral de 2018, confirma a autoria do ataque e publicou imagens internas do estabelecimento que, segundo ele, mostraria que os angolanos teriam xingado funcionários do comércio. Pesutti também teria publicado um vídeo com novas ameaças aos estrangeiros, mas que, segundo ele, teria sido retirado do ar.
“Oloco, tiraram o vídeo do ar! Kkk Como sempre só uma versão é ouvida! Que país é esse?! Poxa vida, já senti essa sensação tantas vezes! Você trabalhando, quieto, pois vem umas desgraças causando tudo, batendo em inocentes, acabam levando invertida, quem vira o vilão? O policial, o cara que se defendeu, enfim, quem estava TRABALHANDO! Triste, não tem solução mesmo! Negócio é se afundar num Rivotril ou sumir pra bem longe!”, escreve na publicação.
Segundo informações do G1 Paraná, no vídeo, o ex-PM ameaçou os universitários angolanos.
“Esses vagabundos, não importa se são negros, angolanos, haitianos. Vieram lá da terra deles, para causar confusão. Se algum dos meus for prejudicado por causa desses marginais, aí vocês vão ver o satanás”, afirmou (Assista à reportagem com o vídeo aqui).
De acordo com a defesa dos angolanos, eles tinham comprado de forma adiantada 5 garrafas de cerveja no estabelecimento e estavam pegando uma por vez para beber nas imediações do comércio. Quando um dos jovens tentou entrar no local para pegar a quarta cerveja, o segurança do comércio teria o impedido e dado início às agressões.
Ao menos 6 pessoas, que incluiria dois funcionários da loja, teriam participado do espancamento aos angolanos, de acordo com o advogado Mário Alberton.
Expulsão
“Soldado Pessutti”, alcunha que usou durante a campanha eleitoral, se tornou conhecido por declarações polêmicas, alinhadas ao bolsonarismo, nas redes sociais.
Ele foi expulso da PM após Apuração Disciplinar de Licenciamento (ADL) em pelo menos cinco casos.
Além de declarações na internet, os processos apuraram um caso em que o ex-PM impediu o pai de um adolescente que teria sido espancado por policiais de entrar no 4º Batalhão da Polícia para fazer a denúncia.
fonte:Revista Fórum -12/11/2020
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