sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Mundo Novo: Segunda vítima de feminicídio em menos de um mês devasta família


                                             foto:reprodução/Correio da Bahia

Uma dor avassaladora se repete em menos de um mês e deixa uma família devastada na cidade de Mundo Novo, região da Chapada Diamantina. Enquanto tentavam se erguer da perda brutal da doméstica Jenilde de Jesus Pinheiro, 24 anos, assassinada a facadas pelo ex-marido no último Natal (25), parentes dela tiveram que lidar com mais um caso de feminicídio no seio familiar. Nesta quarta-feira (20), a prima de Jenilde, a lavradora Rosineide Luiz da Silva, 25, morreu pelas mãos do companheiro, que também lhe esfaqueou. 


“Duas perdas que acabaram com a gente. Estamos sem chão. Está sendo muito difícil lidar com essa situação. A gente nunca está preparado para perder um parente, imagina dois em tão curto tempo? E pela forma que aconteceu.... Estamos todos arrasados. Nossa família está toda destruída”, disse um parente das primas que preferiu não se identificar.

As duas eram mães e foram mortas na frente de seus filhos pequenos. “A maldade que eles cometeram com elas na frente das crianças. Isso não está sendo fácil para nós, os familiares, que estamos com as crianças. Está sendo bem difícil, porque uns caras desses não têm coração, não têm sentimento”, declarou o familiar. 






Para além do parentesco, Jenilde e Rosineide moravam na mesma rua.  “Elas se davam muito bem e se viam de vez em quando, porque Jenilde saia cedo para trabalhar. Sempre que Jenilde ia ao mercado, passava na casa de Rosineide, porque é caminho. As mortes delas foram uma triste coincidência. Nunca vi um negócio desses”, lamentou o parente.


Gritos

A tragédia mais recente na família aconteceu na noite de ontem, por volta das 17h, na Rua do Sape, próximo ao Hospital Municipal de Mundo Novo. Mãe de quatro filhos, o mais velho tem 12 anos, Rosineide tinha acabado de chegar em casa depois de ter indo ver uns amigos. Além das crianças, no imóvel estava também Nenê, com quem mantinha uma relação há um ano. 

Logo em seguida, os vizinhos escutaram os gritos. “O pessoal acostumado a ver ela gritando com os meninos, reclamando, não deu muita atenção. No espaço de alguns segundos, os meninos saíram gritando o nome da avó, pedindo socorro: “minha mãe está furada, minha está furada, socorro’. Falando bem assim. Quando os vizinhos chegaram, viram que era verdade mesmo”, contou o familiar.

Rosineide chegou a ser socorrida para o hospital da cidade, mas não resistiu. Ela sofreu duas perfurações. O parente disse ainda que desconhece o motivo do crime. “Os vizinhos disseram que eles brigavam muito, mas não sei informar muita coisa porque moro distante dela”, declarou.


Fonte:Correio da Bahia c/adaptações - 22/01/2021

Segundo a Polícia Civil, horas após a morte crime, o companheiro da vítima foi preso em flagrantesendo autuado por feminicídido.  Durante o depoimento, o suspeito negou a autoria do rime. “As apurações continuarão sendo realizadas pelas equipes da delegacia de Mundo Novo, ara conclusão do inquérito”, informou a polícia.  O sofrimento da família começou no dia que era para efelicidade, 25 de dezembro no ano passado.  Jenilde foi agredida com um murro no olho e ecebeucinco golpes de faca após seu ex-companheiro, Anselmo dos Santos Reis, 31, ter invadido acasa onde a vítima morava com as filhas pequenas pela porta dos fundos. Ele foi preso no seguinte ainda na cidade. De acordo com a polícia, por volta das 20h30, uma guarnição foi acionada para atender a uma ocorrência de tentativa de feminicídio na Rua do Hospital. Ao chegar o local, os policiais foram informados que Jenilde havia sido esfaqueada e que popcelulares já haviamsocorrido a vítima para o hospital municipal.De acordo com o irmão da vítima, Jenilson de esus Pinheiro, 29, Jenilde estava em casa com as filhas de 5 e 6 anos, que presenciaram o crime. la chegou a ser transferida para o Hospital Clériston Andrade, em Feira de Santana, mas não resistiu aos ferimentos.Jenilson contou ainda que Jenilde e Anselmo namoravam desde a dolescência e viveram juntos por 13 anos. O casal estava separado há cerca de nove meses.

com um pouco de receio, porque está vendo que a polícia está ali e a presença do estado policial às vezes pode inibir”, diz.  

*Colaborou Marcela Villar, com orientação da subeditora Fernanda Varela

0 comentários:

Postar um comentário