quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Suspeito de matar Beatriz alega inocência em carta, diz novo advogado de defesa


(Reprodução)



Quase uma semana após a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) apresentar o principal suspeito de assassinar a menina Beatriz Angélica Mota, o advogado Rafael Nunes apresentou uma carta, nesta terça-feira (18), que, segundo ele, teria sido escrita pelo suspeito, na prisão, na qual ele alega ser inocente.

De acordo com o advogado, a confissão teria ocorrido após pressão, haja vista que o homem não estava na companhia de um defensor quando foi ouvido. "Eu sou inocente, não matei a criança, eu confessei na pressão. Pelo amor de Deus, eles querem minha morte. Preciso de ajuda", diz trecho da carta apresentada pela defesa.

(Foto: Reprodução)

Rafael Nunes assumiu o caso nesta semana, substituindo outra advogada. Ele foi questionado sobre quem paga seus honorários para defender o suspeito, mas não respondeu, alegando ser uma questão de foro íntimo.

Resposta
Após a fala do advogado, a Secretaria de Defesa Social se pronunciou, em nota, e afirmou que "todo o inquérito sobre o assassinato da menina Beatriz está sendo realizado dentro de todos os parâmetros legais, com zelo e lisura".

A nota destaca, ainda, que o indiciamento do suspeito do crime foi realizado após a identificação positiva através de comparação de DNA. "Essa é uma prova técnico-científica, que foi ratificada pela confissão do preso que se coaduna com as demais provas existentes no inquérito policial e écompatível com a dinâmica dos fatos e toda a linha de tempo descoberta durante ainvestigação.Importante ressaltar que a Polícia Civil filmou o depoimento na íntegra, seguindotodasas regras legais, a fim de evitar quaisquer questionamentos, tentativas de macular aconfissãoou estratégias projetadas para tumultuar o caso".De acordo com a Secretaria, o casosegue sob sigilo e a Polícia Civil de Pernambuco está dando continuidade às diligênciassolicitadas pelo Ministério Público Estadual, "bem como à compilação de provasnecessárias para conclusão do inquérito policial e consequente remessa ao MPPE".

SuspeitoO suspeito do caso cumpre pena por estupro de vulnerável, ameaça e cárcere privado.Eleestava preso desde 2017 no presídio de Salgueiro e foi transferido para o presídio deIgarassu, no Grande Recife, no dia 13 de janeiro de 2022.O homem, de 40 anos, confessou ocrime para delegados da força-tarefa responsável pela investigação do caso, logo depois de oDNAcontido na faca utilizada no assassinato da criança de 7 anos apontar que ele seria oassassino. O depoimento foi dado em 11 de janeiro de 2022, no presídio de Salgueiro, no Sertãode Pernambuco.Beatriz foi assassinada durante a festa de formatura da irmã, em 2015, noColégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina. A menina se afastou da mãe por alguns instantes para beber água no bebedouro da escola. O corpo dela foi encontrado 40 minutos depois, perfurado de facadas, em um depósito, perto da quadra onde acontecia a festa.

Lucinha Mota Mãe de Beatriz, Lucinha Mota concedeu entrevista ao Blog de Edenevaldo Alves, por meio do Instagram, e disse ter certeza de que o suspeito cometeu o crime.Ela disse ter recebido críticas em seu WhatsApp contra o novo advogado de defesa e deve se reunir, nesta quarta-feira (19), com a presidência da OAB-PE para tratar do assunto. Lucinha diz ter certeza de que o homem apontado pela Polícia Civil é o assassino. "Ele é o assassino, não temos dúvidas de que ele é o assassino. Após assistir a confissão, os profissionais que me ajudam disseram que mesmo se não houvesse resultado de DNA defenderíamos que foi ele. Ele fala coisas que só o assassino saberia, é o que liga ele ao crime. Claro que outras evidências precisam ser analisadas, para colocar ele na cena do crime,mas o delegado vem fazendo esse trabalho", destacou."O que mais quero é que ele (osuspeito) receba a maior pena que já existe, vamos garantir que ele fique preso o máximo deanospossíveis, garantir que ele pegue o máximo, que seja condenado em tudo possível nalegislação", disse.Ainda que se diga certa da culpa do assassino, a mãe da criança seguedefendendo a federalização do caso. Ela aponta que a polícia pernambucana não vai investigar supostas sabotagens durante as investigações. "Estavam sabotando o inquérito,precisa ser apurado, defendemos a federalização, a policia não investigará a própriapolícia, teve muito escândalo", disse Lucinha afirmando que querem "defender a imagem política".Ela ainda destaca que receberá um documento do delegado do caso e, em seguida, analisará se a letra da carta apresentada pela defesa seria realmente do suspeito, se ele teria capacidade de escrever o texto apresentado pela defesa. Porém, segundo Lucinha, o homem realmente está com medo de morrer na prisão. Ela assistiu o depoimento, dias depois que a polícia indiciou o homem."Ninguém botou arma na cabeça dele. No início, ele nega (o crime),mas percebe que está sendo investigado e, como não tem para onde escapar, confessa. Ele se preocupa com ele, ele quer ficar vivo, cumprir a menor pena, ele está com medo, a primeiracoisa foi pedir para mudar de presídio, que se ficasse ali não duraria uma hora. Acho que daí foi feito um acordo com o delegado e é um direito dele, deve ter sido oferecida a proteção e ele confessa, mas ele ainda precisa contar toda a verdade sobre a motivação, foi um crime premeditado e ele teve ajuda", aponta a mãe.

Fonte: As informações são do Jornal do Comercio

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