O mundo chora os bebês assassinados pelo Hamas em Israel, mas não chora os bebês de Gaza que já morreram sob o efeito de bombas. Israel lançou 6 mil bombas sobre Gaza desde sábado.
A retaliação de Israel matou 1.500 palestinos, um terço deles crianças, e feriu cerca de 6.600, de acordo com levantamento feito ontem pelo Ministério da Saúde do território de Gaza.
Mais de 1.300 pessoas, incluindo 222 soldados, foram mortas em Israel. A maioria das mortes ocorreu em 7 de outubro. Os militantes do Hamas encontrados em Israel foram todos mortos.
Os bombardeios israelenses em Gaza destruíram 11 mesquitas, 90 escolas e 2.835 unidades habitacionais. Outras 1.800 unidades foram danificadas e tornaram-se inabitáveis, afirma a ONU.
A ONU revela ter sido informada por militares de Israel que cerca de 1,1 milhão de palestinos no norte de Gaza deveriam se mudar para o sul do enclave nas próximas 24 horas.
A ordem de evacuação provocou pânico entre civis e trabalhadores humanitários que já lutavam contra os ataques aéreos israelenses e o bloqueio. “É para sua própria segurança”, disseram os militares.
Um porta-voz de ONU respondeu à ordem de imediato:
“As Nações Unidas apelam para que qualquer ordem deste tipo, se confirmada, seja suspensa, evitando o que poderia transformar o que já é uma tragédia numa situação calamitosa”.
A ordem foi confirmada pelo governo de Israel. Na quinta-feira, o número de deslocados em Gaza aumentou em 84.444 pessoas, chegando a 423.378, informou a agência humanitária da ONU.
O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, disse à agência de notícias Reuters:
“A resposta da ONU ao alerta precoce de Israel aos residentes de Gaza é vergonhosa. A ONU deveria se concentrar em condenar o Hamas e apoiar o direito de Israel à autodefesa.”
A única central elétrica de Gaza deixou de funcionar na quarta-feira por falta de combustível, desligando tudo, desde luzes a frigoríficos. Grande parte da região carece de água corrente.
O necrotério do maior hospital de Gaza entrou em colapso pois os corpos estão chegando ali mais rápido do que os parentes à sua procura, relata a Associated Press, agência de notícias.
“Não é possível continuar este trabalho” declarou Mohammad Abu Selim, diretor-geral do Hospital Shifa. “Os feridos estão nas ruas. Não conseguimos encontrar uma única cama para eles.”
Quando questionado, ontem, sobre os ataques a civis em Gaza, o presidente de Israel, Isaac Herzog, respondeu agitado:
“Com todo o respeito, se você tem um míssil na sua maldita cozinha e quer atirar em mim, eu devo recebê-lo para só depois me defender? Essa é a situação!”
Um jornalista perguntou a Herzog por que acreditar que o emprego esmagador da força militar de Israel produziria desta vez resultados diferentes das anteriores. Resposta irritada:
“O que você nos aconselharia a fazer?!”
Fonte: Blog do Noblat/ Metrópoles 13/10/2023
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