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Após a megaoperação mais letal da história do Rio de Janeiro, o governador Cláudio Castro (PL-RJ) afirmou que, entre os 119 mortos, apenas os quatro policiais seriam inocentes. No entanto, em coletiva de imprensa, o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Victor Santos, admitiu que, até o momento, não foram feitas as identificações dos cadáveres que estão no Instituto Médico Legal (IML).
Além disso, ele e sua equipe reconheceram que não verificaram quem entre os mortos tinha mandado de prisão ou qualquer antecedente criminal relacionado à operação realizada nesta terça-feira (28).
Questionado sobre a base da informação para dizer que todos os mortos eram criminosos, com exceção dos policiais, o secretário afirmou:
“Todo o planejamento foi feito para retirar o conflito da área edificada da comunidade. Lá, sim, há uma grande quantidade de pessoas inocentes que moram e residem na comunidade. quando você retira isso, você diminui a chance de ter alguém na área de mata, até por conta do horário.”
“Dificilmente quem trabalha vai estar ali, numa floresta fechada, a não ser que esteja a serviço da organização criminosa que domina aquele território. Por isso, essa é a base para dizer que os 115 mortos são criminosos”, admitiu o secretário.

Números e contradições
Na coletiva, o secretário afirmou que foram apreendidos 91 fuzis, 26 pistolas e um revólver — 118 armas ao todo, número inferior ao total de pessoas mortas no confronto.
Sobre a checagem dos mandados de segurança e antecedentes criminais, ele respondeu à coluna:
“A gente vai fazer esse tipo de pesquisa (antecedentes criminais), mas também não é o fato de eventualmente um desses criminosos não tenha antecedentes criminais vai fazer com que ele se torne vítima ou inocente.”
Santos ainda afirmou que,
“Dentro de um contexto, a gente não consegue imaginar um inocente usando um colete balístico mesmo que ele não esteja com arma naquele momento. A gente não consegue ver um inocente usando um uniforme camuflado. Tudo isso são elementos que levam a crer”.
Segundo ele, pelas dificuldades da operação e a violência do confronto “é inimaginável levar a perícia para o local”.
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