Ecolossal o esforço do governo para impedir que decolem as candidaturas
presidenciais do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e da
ex-senadora Marina Silva (sem partido). Nos últimos meses, a presidente
Dilma Rousseff reacomodou no ministério caciques partidários que ela
havia demitido após denúncias de corrupção, loteou cargos de peso entre
legendas desgarradas da base aliada e pressionou governadores do próprio
PSB a minar os planos de Campos. Sob a orientação do ex-presidente
Lula, Dilma trabalha para montar a maior coligação eleitoral da história
e, assim, impedir que eventuais rivais tenham com quem se aliar. A
maior parte dessa estratégia é posta em prática à luz do dia, como a
volta dos “faxinados” PR e PDT à Esplanada, mas há também uma face
clandestina na ofensiva governista, com direito a espionagem perpetrada
por agentes do estado.
Um dos alvos dessa ação foi justamente Eduardo
Campos, considerado pelo PT um estorvo à reeleição de Dilma pela
capacidade de dividir com ela os votos dos eleitores do Nordeste, região
que foi fundamental para assegurar a vitória da presidente em 2010.
O Porto de Suape, no Recife, carro-chefe do processo de
industrialização de Pernambuco, serviu de arena para o até agora mais
arrojado movimento envolvendo essa disputa pré-eleitoral.
No dia 11 de
abril, a Polícia Militar deteve quatro espiões da Agência Brasileira de
Inteligência (Abin) que fingiam trabalhar no local, mas há semanas se
dedicavam a colher informações que pudessem ser usadas contra Campos. A
Secretaria de Segurança Pública estadual já monitorava os agentes
travestidos de portuários fazia algum tempo. Disfarçados, eles estavam
no estacionamento do porto quando foram abordados por seguranças.
Apresentaram documentos de identidade falsos e se disseram operários.
Acionada logo depois, a PM entrou em cena. Diante dos policiais, os
espiões admitiram que eram agentes da Abin, que estavam cumprindo uma
missão sigilosa e pediram que não fossem feitos registros oficiais da
detenção.
Fonte:Vejaonline
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