Foto: Divulgação/reprodução
O governo federal admitiu publicamente na terça-feira (22) que
suspendeu, por tempo indeterminado, a abertura de vagas para o Ciência
sem Fronteiras (CsF), uma das principais bandeiras da presidente Dilma
Rousseff. A declaração foi feita durante sabatina no Comitê para os
Direitos das Crianças da Organização das Nações Unidas (ONU). Os alunos
que já estão no exterior terão as bolsas mantidas. "O programa não foi
cancelado. Ele apenas não abriu neste momento novas vagas. Isso vai
acontecer tão logo a situação financeira melhore", declarou o assessor
especial do Ministério da Educação (MEC), Alexey Dodsworth Magnavita de
Carvalho.
O congelamento também foi confirmado por outro representante
do governo, que estava na ONU. "Considerando a realidade econômica do
país, o governo federal está fazendo a revisão das metas de seus
programas", afirmou o MEC, em nota. Ao lado do Fies e do Pronatec -
programas federais que financiam cursos superiores e técnicos -, o
Ciência sem Fronteiras foi um dos mais afetados pelos cortes no
orçamento neste ano.
Após conceder 101 mil bolsas no primeiro mandato,
entre 2011 e 2014, a meta era enviar mais 100 mil alunos para o exterior
até 2018. Mas não há prazo para a retomada de editais, que não foram
abertos neste ano. Com a alta do dólar, que operava ontem a mais de R$
4, o envio de alunos ao exterior ficou ainda mais difícil.
Nos primeiros
quatro anos, o Ciência sem Fronteiras consumiu R$ 6,4 bilhões. Era
previsto que a iniciativa privada bancasse parte das bolsas. A
participação das empresas, porém, foi menor do que o esperado. O MEC
também destacou que as bolsas dos 35 mil alunos que ainda estão no
exterior serão mantidas. "Os alunos (que estão fora do País) não serão
chamados de volta", afirmou Carvalho. A pasta disse ainda que não há
atraso nos pagamentos aos intercambistas ou às universidades
participantes.
Fonte:BN
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