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O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) anunciou neste domingo (9), pelo Twitter, o nome do advogado Ricardo de Aquino Salles, 43 anos, para o Ministério do Meio Ambiente. Ele é o 22º ministro confirmado pelo atual governo.
O anúncio é uma vitória para a bancada ruralista. Nos últimos dias, entidades ligadas ao setor produtivo publicaram notas de apoio à nomeação do advogado.
O ministério era disputado também pelos militares, que defendiam a nomeação de um general. Outro nome cotado para a pasta foi o do delegado Alexandre Silva Saraiva, superintendente da Polícia Federal no Amazonas, mas não decolou. A indicação do engenheiro agrônomo Xico Graziano, ligado a lideranças tucanas, também estava sendo analisado.
Nas últimas eleições, Ricardo Salles concorreu ao cargo de deputado federal em São Paulo pelo Novo, mas não foi eleito e obteve 0,17% dos votos válidos.
Fundador do Movimento Endireita Brasil (MEB), Salles já foi secretário do Meio Ambiente de São Paulo durante a gestão do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). Antes disso, atuou como secretário particular do tucano.
Em setembro, o advogado foi denunciado pelo Ministério Público Estadual de São Paulo por improbidade administrativa e condenado a pagar multa de R$ 70 milhões.
A denúncia é por suposta adulteração dos mapas de zonas de manejo da APA (Áreas de Proteção Ambiental) da Várzea do Rio Tietê enquanto ocupava a secretária do Meio Ambiente. De acordo com a investigação, o plano de zoneamento havia sido alterado como forma de flexibilizar determinadas áreas para atuação de atividades de mineração e indústria.
Salles advogado nega irregularidades e diz que as medidas tomadas para "corrigir" o plano de manejo da APA do Tietê eram "necessárias".
"Sou réu, mas não há decisão contra mim. São todas favoráveis a mim. Todas as testemunhas foram ouvidas, todas as provas produzidas e o processo está concluso para sentença, pode ser sentenciado a qualquer momento. Todas as testemunhas ouvidas, de funcionários do governo e fora, corroboraram a minha posição", afirma Salles.
Recuo de Bolsonaro
Com intuito de enxugar o número de ministérios, Bolsonaro chegou a anunciar o fim da pasta do Meio Ambiente e a sua fusão com a Agricultura, mas recuou após ter sido alvo de críticas tanto dos ambientalistas quanto dos setores produtivos. O presidente eleito, que disse que teria "no máximo" 15 ministérios, chegará a 2019 com 22 pastas.
Ainda assim, o presidente eleito pretende transformar o Ministério do Meio Ambiente. Uma das modificações que mais preocupa os ambientalistas é a união dos órgãos reguladores Ibama e ICMBio.
Para Bolsonaro, a legislação ambiental é um obstáculo ao desenvolvimento do País. Segundo ele, há uma "indústria de multas" no setor ambiental que se assemelha "a que existe no asfalto", referindo-se a radares de monitoramento de velocidade nas estradas.
"O governo é especialista em perseguir quem trabalha no Brasil", disse. Bolsonaro afirmou que "o Brasil é o país que mais preserva o meio ambiente", mas que alguns fiscais ambientais cometem abusos. "Esse pessoal vai deixar de trabalhar dessa forma".
fonte:Huffpost Brasil 09/12/18 -23hs.
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