sexta-feira, 22 de novembro de 2019

No México: Evo Morales acusa chefe da Aeronáutica Boliviana de tentativa de atentado

© REUTERS/Carlos Jasso /reprodução
"Surpreendentemente, o helicóptero baixou. Eu ainda pensei que foi por um problema, mas agora estou convencido de que foi um ataque", disse Morales, em entrevista realizada pelo presidente equatoriano Rafael Correa para a rede de televisão russa RT, e transmitida nesta sexta-feira (22).
Evo Morales acusou o comandante geral da Força Aérea, o general Jorge Gonzalo Terceros Lara, de estar por trás dessa tentativa de assassinato. "Terceiros cometeram este atentado (...) Porque nos últimos dias esse general já mudou", lembrou Morales.
Em 4 de novembro, a Força Aérea da Bolívia informou que o helicóptero que levava o presidente boliviano fez um pouso de emergência por causa de "uma falha mecânica no motor de cauda durante a decolagem". Morales explicou naquele dia que o incidente, após a inauguração de uma estrada ao sul de La Paz, seria "devidamente investigado".
“Atentado criminoso”
O ex-ministro do governo [Interior], Hugo Moldiz, disse na época que o ex-presidente havia sofrido um "atentado criminoso".
"Viajo muito de helicóptero. Dos nove departamentos que a Bolívia possui, meu recorde é de cinco departamentos [em um dia]. Alterno viagens de helicóptero e avião. Com ventania, chuva, às vezes nebulosidade. Desta vez [havia apenas] um pouco de garoa. Isso me surpreendeu", disse Morales em sua entrevista com Correa.
Além do chefe da Força Aérea, Morales aponta o líder da direita boliviana como um dos possíveis envolvidos no suposto atentado. O ex-presidente boliviano lembrou que, naquele dia, Luis Fernando Camacho, um dos arquitetos de sua saída do governo, adiantou o fim da era de Morales a seus seguidores.
"Naquele dia, Camacho disse: 'Na segunda-feira, vão ver como Evo vai cair, vamos mostrar em vídeo'. E à noite, depois que sua vida foi salva, ele não mostrou nada. Ele queria mostrar como o helicóptero do Evo caiu e como Evo morreu", disse Morales.
A Bolívia atravessa uma grave crise desde as eleições de 20 de outubro, nas quais Morales, no poder desde 2006, buscava ser reeleito. A oposição denunciou fraudes e as Forças Armadas retiraram seu apoio ao então chefe de Estado, que renunciou e deixou o país. Até o momento, a violência já causou 32 mortes.

fonte:RFI/reprodução

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