domingo, 19 de janeiro de 2020

SP: Juiz do trabalho escreve em decisão que país vive ‘merdocracia neoliberal neofascista’


[Juiz escreve em decisão que país vive ‘merdocracia neoliberal neofascista’; leia]
Imagem:reprodução

O juiz do trabalho Jerônimo Azambuja Franco Neto decidiu escrever uma decisão judicial diferente das convencionais e com um teor político. No documento, publicado nesta quinta-feira (16), ele chamou o atual momento do Brasil de “merdocracia neoliberal neofascista” ao proferir sentença de um processo trabalhista.
“A merdocracia neoliberal neofascista está aí para quem quiser ou puder ver”, escreveu o juiz substituto 18ª Vara do Trabalho de São Paulo, do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região.
Na ação, movida pelo Sindicato dos Empregados no Comércio Hoteleiro e Similares de São Paulo, Azambuja condenou um restaurante ao pagamento de indenização no valor de R$ 10 mil por danos morais e a demonstrar o pagamento do piso salarial, seguro de vida e de acidentes e assistência funerária aos funcionários.
Na sentença, o magistrado faz críticas a ministros do governo Bolsonaro, como Abraham Weintraub, da Educação, Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública, Paulo Guedes, da Economia, e Damares Alves, da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, além do próprio presidente Jair Bolsonaro.
“O ser humano Weintraub no cargo de Ministro da Educação escreve ‘imprecionante’. O ser humano Moro no cargo de Ministro da Justiça foi chamado de ‘juizeco fascista’ e abominável pela neta do coronel Alexandrino. O ser humano Guedes no cargo de Ministro da Economia ameaça com AI-5 (perseguição, desaparecimentos, torturas, assassinatos) e disse que ‘gostaria de vender tudo’. O ser humano Damares no cargo de Ministro da Família defende ‘abstinência sexual como política pública’. O ser humano Bolsonaro no cargo de Presidente da República é acusado de ‘incitação ao genocídio indígena’ no Tribunal Penal Internacional”, diz trecho do documento.
O termo “merdocracia”, afirma Azambuja, “vem a sintetizar o poder que se atribui aos seres humanos que fazem merdas e/ou perpetuam as merdas feitas. E tudo isso em nome de uma pauta que se convencionou chamar neoliberal, ou seja, libertinar a economia para que as merdas sejam feitas”.
Além do presidente e de alguns ministros, a sentença faz críticas ao procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol, à Reforma Trabalhista aprovada no governo de Michel Temer e à Lei da Liberdade Econômica, sancionada em setembro de 2019 por Bolsonaro. O magistrado também falou de “destruição da Seguridade Social”, em referência à Reforma da Previdência aprovada no ano passado.
A decisão também faz críticas ao assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, em 2018.
fonte:BNews/reprodução

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