Foto: Reprodução / Poder360
Um encontro do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, nesta sexta-feira (2), com analistas e economistas em São Paulo, repercutiu no mercado por causa de seu conteúdo contundente.
Segundo relatos, Marinho criticou o colega Paulo Guedes, ministro da Economia, ao dizer que ele é um grande vendedor, muito bom na macroeconomia, mas fraco em questões microeconômicas, listando as áreas tributária, previdenciária e a contabilidade pública.
Afirmou ainda que o programa Renda Brasil, possível substituto do Bolsa Família, vai sair, resta saber se será da melhor maneira ou da pior -o que foi interpretado como uma disposição do governo de violar a regra do teto de gastos.
Em relação à versão divulgada por parte da imprensa de que o uso de recursos da educação e de precatórios para financiar o novo programa seria uma ideia de Marinho, o ministro do Desenvolvimento Regional disse aos investidores que trata-se de uma proposta de Guedes e que tem testemunhas disso.
A assessoria do ministro Marinho divulgou nota negando que ele tenha desqualificado "agentes públicos" na reunião com e destacando que a solução do governo para as famílias que dependem de auxílio respeitará as âncoras fiscais.
Segundo, os mesmos relatos, Marinho, que já teve várias desavenças com Guedes desde que deixou seu cargo no ministério da economia para assumir o Desenvolvimento Regional, declarou que Guedes surpreendeu negativamente a ele e também a alguns parlamentares com quem tem discutido a pauta de reformas.
Os comentários são que Marinho disse também que Guedes é muito ruim de narrativa, se referindo ao vazamento de informações preliminares sobre o novo programa de transferência de renda que pode substituir o Bolsa Família, e questionou quem irá agora confiar no ministro da Economia após uma série de anúncios e mudanças de planos depois de reações negativas até do próprio presidente da República.
A narrativa é que Marinho afirmou ainda que o Renda Brasil vai sair e que cabe ao governo apontar os caminhos para viabilizá-lo, embora não haja no momento algo que se possa chamar de proposta oficial, segundo o ministro.
Em nota, a assessoria do titular do Desenvolvimento Regional afirmou que ele, em sua fala, destacou que o governo reconhece a necessidade de construção de uma solução para quem depende do auxílio emergencial "e que essa solução será resultado de um amplo debate com o Parlamento, em respeito à sociedade e às âncoras fiscais que regem a atuação do governo".
"Quem dissemina informações falsas como essas tem claro interesse em especular no mercado, gerando instabilidade e apostando contra o Brasil", diz a nota.
Fonte:FOLHA PREES/Com Reuters 02/10/2020
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