O Ministério Público do Espírito Santo quer esclarecimentos sobre o repasse do programa Pátria Voluntária, presidido pela primeira-dama Michelle Bolsonaro. Os recursos seriam destinados a uma organização não-governamental que atuou no caso da menina de 10 anos que engravidou depois de ser estuprada pelo tio. Um braço do programa, o Arrecadação Solidária, repassou R$ 14,7 mil à entidade.
De acordo com informações de O Globo, a Promotoria da Infância e da Juventude de Sâo Mateus (ES) encaminhou pedido à Associação Virgem de Guadalupe, com sede em São José dos Campos (SP). Os promotores investigam a origem do vazamento da identidade da menina e as supostas tentativas de impedir o aborto legal na criança.
O objetivo é identificar se há alguma relação entre a doação feita à entidade e a atuação do grupo no caso da criança. A associação é presidida pela assistente social Mariângela Consoli, que viajou a São Mateus para se encontrar com autoridades locais. Reportagem da Folha de S.Paulo indica que a missão composta pela ONG e por integrantes do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, chefiado por Damares Alves, tinha como objetivo impedir a interrupção da gravidez.
O governo e a presidente da associação negam que isso tenha sido discutido. O ministério de Damares negou conhecer a entidade e disse que não a convidou para participar de reuniões sobre o caso da menina violentada. Em seu site, a Associação Virgem de Guadalupe se apresenta como entidade “pró-vida” e contra o aborto. O dinheiro foi repassado pela Fundação Banco do Brasil.
Além desta investigação, o Pátria Voluntária é objeto de pedido do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, após ter recebido R$ 7,5 milhões doados pela Marfrig para a compra de testes para Covid-19.
fonte:Bahia.Ba - 02/10/2020
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