sábado, 31 de outubro de 2020

França: Baiana morta em ataque é homenageada em Nice

 

 (crédito: Kennedy Santos Silva/Cedida ao Correio)
                                                         (crédito: Kennedy Santos Silva/Cedida ao Correio)

Dezenas de amigos e de familiares participaram de um protesto, no centro de Nice (sul da França), em memória de Simone Barreto Silva — a brasileira de 45 anos morta pelo terrorista tunisiano Brahim Aouissaoui, 21, dentro da Basílica de Notre-Dame. A partir das 14h de hoje (10h em Brasília), os manifestantes marcharam em silêncio, pelas ruas da cidade da Riviera Francesa.

Vestidos de branco, carregavam flores brancas, velas e alguns balões no formato de coração. "A passeata foi tranquila, silenciosa. A polícia nos acompanhou o tempo todo, do nosso lado, porque a gente não sabia o que podia acontecer", contou ao Correio o músico e ajudante de pedreiro Kennedy Santos Silva, 32, que conhecia Simone desde 2011.



Um dos momentos mais emocionantes do protesto ocorreu em frente à Basílica de Notre-Dame, onde Aouissaoui decapitou uma idosa de 60 anos, degolou o sacristão e golpeou Simone no abdome. Ferida gravemente, a brasileira natural de Salvador morreu a poucos metros, dentro de uma cafeteria. Diante da igreja, os amigos cantaram o Hino Nacional Brasileiro e mostraram bandeiras do Brasil. Alguns deles não conseguiram conter o choro. Pouco depois, gritaram "Queremos paz!". A mobilização contou com a cobertura de vários jornalistas e com a presença de curiosos, que registraram as cenas com o celular.

Simone vivia em Nice desde 1995, onde trabalhava como cuidadora de idosos e organizava eventos culturais. Ela tinha se formado recentemente como chef de cozinha e pretendia abrir um restaurante. Antes de morrer, a brasileira fez um pedido às pessoas que tentavam ajudá-la: "Diga aos meus filhos que eu os amo". A França encontra-se em estado de alerta máximo, depois do atentado de quinta-feira. O triplo assassinato teria sido motivado pelas caricaturas do profeta Maomé, publicadas pelo jornal satírico Charlie Hebdo, alvo de um massacre em 7 de janeiro de 2015, quando dois irmãos invadiram a redação e executaram 12 pessoas.

fonte:Correio Braziliense - 31/10/2020

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